Para um clube financeiramente em ruínas, com perspectivas pouco animadoras do ponto de vista de arrecadação e um estádio semi-destruído, o Remo surpreende pela quantidade de pessoas interessadas em assumir um mero “mandato-tampão” de 10 meses.
A importância política e social do clube é a pedra que move o processo sucessório. Ao todo, 4 chapas estão postas na mesa e devem disputar a presidência na eleição do dia 23/01.
De todas as candidaturas, a mais inusitada é a do ex-presidente Zeca Pirão, cujas pretensões no clube pareciam definitivamente encerradas depois de fragorosa (dupla) derrota para Pedro Minowa no ano passado. Além disso, citado em relatório que mapeou irregularidades nas últimas gestões, parecia naturalmente fora de jogo.
Ocorre que o apoio de um grupo de conselheiros deu ânimo a Pirão para voltar à ribalta e com desenvoltura para encampar a primeira candidatura lançada ao pleito, a de Helder Cabral. Após acordo firmado, Cabral aceitou a vice-presidência na chapa. Pesa contra Pirão a marca do estrago feito no Baenão, que ele agora promete reconstruir.
As outras chapas são encabeçadas por nomes novos na história do clube. O advogado André Cavalcante, responsável pelo recente êxito do programa de sócio-torcedor Nação Azul, é o mais conhecido. Além do trabalho no ST, André tem boa inserção entre os novos conselheiros.
Miléo Júnior é outro nome bem cotado. Jovem e ainda sem muita visibilidade, terá como parceiro de chapa o deputado Milton Campos, que integrou a Diretoria de Futebol e vem participando ativamente da vida do clube.
Já o coronel da PM aposentado Alcebíades Maroja surge como o grande azarão da disputa, lembrando até a trajetória vitoriosa de Minowa na última eleição.
Da parte dos eleitores e torcedores, há uma certa impaciência com a ausência de planos de governo por parte dos candidatos.
Blog do Gerson Nogueira, 20/12/2015