Nem bem cessaram as emoções da Série D para o Remo, o clube já se volta para as disputas políticas. Com a renúncia de Pedro Minowa no último sábado (07/11), as atenções se concentraram no vice Henrique Custódio, primeiro na linha sucessória. Licenciado, Custódio inicialmente disse que iria acompanhar Minowa, para horas depois dar a entender que poderia assumir a presidência. Na manhã deste domingo (08/11), depois de refletir bem, anunciou que vai mesmo renunciar.
Caso se confirme, o clube terá que passar por uma nova eleição para presidente. Pela experiência adquirida no primeiro pleito direto, realizado há um ano, espera-se que pelo menos as cédulas sejam arrumadas com mais cuidado, a fim de evitar as lambanças que forçaram a anulação do primeiro escrutínio naquela eleição.
Com a saída de cena de Pedro Minowa e Zeca Pirão, candidatos do pleito passado, o caminho fica aberto para uma renovação. Fala-se em Marcelo Carneiro, empresário e conselheiro, além de ativo colaborador, que encabeçaria uma chapa apoiada pelo grupo “Juventude Azulina”.
Outra candidatura cogitada é a do advogado André Cavalcante, de trabalho muito aplaudido na condução do programa Sócio-Torcedor Nação Azul, uma das grandes conquistas do Remo na temporada, assegurando renda mensal de R$ 383 mil aos cofres do clube.
Uma terceira opção seria Milton Campos, deputado estadual (PSDB), que tem tido intensa participação na vida do clube nos últimos 2 anos. Aos amigos, Campos tem dito que se prepara para concorrer à presidência azulina mais à frente, depois de encerrar seu mandato na Assembleia Legislativa.
Por fim, há a alternativa do grupo mais experiente, capitaneado por Manoel Ribeiro, que preside o Condel e ocupou a presidência durante a licença de Minowa. Foi um período curto, mas produtivo quanto a ações e resultados. A dúvida é se Ribeiro topará o desafio de se submeter ao voto direto.
Ao longo das décadas de 1970-80, ele foi figura de relevo como diretor e presidente, depois passou um período mais recolhido até reaparecer para debelar a crise surgida no primeiro semestre deste ano.
Nome histórico no Remo, sua curta gestão como interino só foi tisnada pelo assalto ainda não esclarecido à sede social, há uma semana. Os amigos e aliados, porém, avaliam que o episódio é apenas o chamado “ponto fora da curva”, sem consequências maiores caso ele resolva se lançar candidato.
Eleições diretas, por essência, representam uma oportunidade primorosa para ajustar a vida de países, cidades e instituições. Que o Remo não perca, outra vez, essa chance de aprimorar seu funcionamento interno e democratizar suas práticas. O torcedor, mesmo ainda pouco representativo nos destinos políticos do clube, faz por merecer um comportamento responsável e comprometido por parte dos dirigentes eleitos nas urnas.
[colored_box color=”yellow”]Pleito deve ser convocado nos próximos dias
O processo eleitoral no Remo deve ser iniciado imediatamente depois de consumada a renúncia do vice-presidente Henrique Custódio. Segundo um grande benemérito do clube, o presidente da Assembleia Geral, Robério d’Oliveira, convocará a nova eleição em reunião extraordinária.
Não há prazo para a convocação. Quem quiser se candidatar, deve se manifestar por escrito ao presidente do Conselho Deliberativo, até 5 dias após convocada a reunião.
Manoel Ribeiro, presidente em exercício, pode concorrer, desde que renuncie à presidência do Condel. Como o Estatuto do clube nada prevê, prevalece a regra geral do Direito – o que a lei não proíbe, logicamente, permite.[/colored_box]
Blog do Gerson Nogueira, 09/11/2015