“O risco de o clube executado (Remo) tornar-se insolvente é grande, eis que a dívida (trabalhista) aumenta muito a cada ano e se aproxima mais e mais do valor do imóvel chamado ‘Baenão’, já ultrapassando o valor do imóvel ‘Carrossel'”, foram as palavras do juiz Jorge Veira, da 13ª vara do TRT, onde estão concentradas as questões trabalhistas do Leão Azul.
No despacho em que negou os embargos do clube ao leilão do “Carrossel”, o juiz diz ainda que “há somente R$ 436 mil disponíveis para quitação da dívida, cujo valor é de R$ 13.268.807,81”.
Essa dívida cresce como uma bola de neve não só pela aplicação de juros, mas também pela incidência de novos processos e pelo completo descrédito do clube no Tribunal para novas negociações, apesar dos esforços nesse sentido. Tanto que não teve êxito ao apresentar, há 2 meses, um plano de pagamento do débito em 120 parcelas mensais de R$ 90 mil.
O fato é que apesar dos adiamentos, o leilão do Carrossel está mantido, para ocorrer ainda este ano. Como o imóvel está avaliado em apenas R$ 7,5 milhões, com 20% de entrada e o restante parcelado, “não pagará nem 60% do débito”, alerta o grande benemérito Ronaldo Passarinho, preocupado com o passo seguinte da Justiça: a venda do estádio Baenão. O clube já enfrenta bloqueio parcial de rendas (40% da bilheteria) e integral de patrocínios.
O advogado azulino André Meira, por sua vez, afirma que tem recursos jurídicos na manga para evitar a homologação de eventual venda do “Carrossel” em leilão.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 22/09/2015