Sem ter para onde correr, o Departamento Jurídico do Remo trata de arquitetar algumas medidas que possam amenizar a pressa dos credores. O problema é que parte dos últimos acordos não estão sendo cumpridos e, sendo assim, a Justiça determinou a venda do Carrossel, em leilão marcado para o dia 28/08. A solução dos azulinos foi apresentar um novo plano e esperar a decisão da corte trabalhista.
“O corregedor do TRT nos deu um prazo até o dia 03/08 para apresentarmos um novo plano de pagamento. Nós fizemos isso. Em seguida, ele deu o despacho na última quinta-feira (20/08), remetendo ao juiz da 13ª Vara, que marque uma assembleia com todos os credores para que possamos discutir essas propostas. Quando isso for feito, nós poderemos entrar em um novo acordo que livre a ata pública”, revelou o advogado do clube, André Meira.
Segundo explica Meira, dois advogados – Carlos Kayath e Henrique Lobato – detém juntos 80% das ações que tramitam contra o Remo. O montante da dívida azulina alcança a quantia de R$ 11.939.544,77 e um acordo com esses dois únicos advogados podem salvar o Remo de mais uma tragédia.
“Não são muitos. Só com esses dois, mais de 80% dos casos seriam solucionados. É uma coisa simples de se resolver, basta a assembleia ser realizada na data correta”, comentou Meira.
O “dia correto” segundo ele, é até terça-feira, 25/08. Caso o juiz Jorge Vieira, da 13ª Vara, não marque até a data estipulada, o jurídico terá de tomar outro rumo.
“Se o juiz não designar para no máximo terça-feira, nós vamos entrar em campo. Vamos interpor ações e brigar por conta desse descumprimento, se vier a acontecer. O corregedor não deu prazo, apenas disse o mais breve possível. Penso que o prazo justo é até terça-feira. Como até agora não foi marcado nada, estamos aguardando”, conclui.
[colored_box color=”yellow”]Confiança para reverter o leilão do “Carrossel”
Administrar uma dívida com o tamanho da possuída pelo Clube do Remo não é tarefa fácil: quase R$ 12 milhões para um bolo de dívidas que poderiam ter sido pagas e evitadas com uma simples administração correta. Diante do quadro congestionado, muitas outras surgiram, somadas aos descumprimentos que se tornaram corriqueiros. Essa falta de palavra tem sido o maior dos obstáculos dos azulinos.
“O Remo já teve conversas com esses credores. Fizemos um acordo em janeiro deste ano, mas ele foi descumprido em alguns meses. Agora, desde que retornei ao jurídico do clube, já depositamos mais de R$ 1 milhão. Hoje em dia, estamos cumprindo rigorosamente o acordo, que seria o bloqueio de 10% em Re-Pa e 5% em outros jogos. Estamos depositando 30% de todos os jogos”, disse André Meira, advogado do clube, que precisou de muito esforço para cancelar o bloqueio de 100% dos patrocínios, imposto até o mês passado.
Por esse motivo, o jurista entende que o leilão não seja exatamente uma preocupação gritante nos arraiais azulinos, no entanto, é preciso ter cautela na hora de firmar acordos e, principalmente, cumpri-los.
“Depositamos mais de R$ 1 milhão, de março para cá. Isso desde que voltei. Então, não há porque ter leilão por várias razões”, disse Meira.
“Sempre quando há uma ameaça de leilão por parte de qualquer credor, a gente fica em estado de alerta, mas a gente usa de todos os recursos possíveis e impossíveis. Se essa venda vier a ocorrer, vamos usar todos os recursos jurídicos para que ele não seja efetivado. Da minha parte, pode ter certeza que a gente vai ter sempre cuidado com os interesses do Clube do Remo”, reiterou.[/colored_box]
Diário do Pará, 23/08/2015