Carrossel
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A eterna ameaça de venda da área do “Carrossel”, anexa ao estádio Evandro Almeida, voltada para a Almirante Barroso, prometia uma solução essa semana após a apresentação de um plano de pagamento da dívida pelo Clube do Remo à Corregedoria do Tribunal Regional do Trabalho.

A solução talvez não esteja longe, mas se desenha bem diferente das expectativas azulinas. Nesta quarta-feira (19/08), o desembargador Gabriel Napoleão Velloso comunicou ao clube que a proposta de pagamento foi rejeitada e que segue na 13ª Vara do Trabalho o processo de leilão da área. Pela programação original, o prego deve ser batido no dia 28/08, no prédio do TRT.

“Nosso papel enquanto Justiça é equilibrar as necessidades do clube, por ser empregador, e dos requerentes, que têm seu direito e precisam ser respeitados”, comenta Gabriel Velloso.

Segundo o desembargador, o projeto de pagamento apresentado pelo clube propunha o pagamento em 10 anos, com pagamento de R$ 90 mil por mês, mas o contabilista do órgão não aprovou a proposta por falta de garantias.

“O projeto citava cotas de patrocínio, mas não apresentava os contratos. Citava a entrada de rendas que ele não tinha como provar que iria receber para arcar com os pagamentos. Não temos como aceitar o documento sem garantias, especialmente pelo retrospecto recente de não cumprimento dos acordos”, comentou o desembargador. No ano de 2014, ele relembra, o clube apresentou proposta de pagamento mensal de R$ 100 mil mas, ao longo do ano, pagou apenas 2 parcelas.

Nesse processo de não pagamento, as dívidas se avolumam. “O total da dívida trabalhista azulina é de quase R$ 12 milhões e o clube não para de receber novos processos e novas dívidas. Quando se tem esse volume de dívidas, o pagamento de parcelas pequenas, rateado entre os credores, mal paga os juros da dívida. Desse total de dívida azulina, uma parcela razoável é apenas de juros da dívida”, comentou o juiz Jorge Vieira, titular da 13ª Vara do Trabalho, onde atualmente tramitam os processos azulinos.

A proposta de pagamento da dívida, recusada pelo TRT, era uma das justificativas para o mandado de segurança apresentado pelo Clube do Remo às vésperas da última tentativa de leilão. Com sua recusa pelo TRT, o magistrado acredita que a etapa de leilão não sofrerá empecilhos.

“Nesse estágio, acredito que não devem haver novos recursos porque praticamente todas as medidas possíveis foram apresentadas. A única forma de impedir o leilão seria apresentar algo concreto, como a proposta de pagamento por parte de uma empresa ou banco”, afirmou Jorge Vieira.

Diário do Pará, 20/08/2015