Zeca Pirão
Zeca Pirão

Pela forma que o ano começou, após uma conturbada eleição do presidente Pedro Minowa – que renunciou ao cargo junto com o seu vice Henrique Custódio – e a quase eliminação das finais do Parazão, nem o torcedor mais otimista poderia imaginar que 2015 terminaria da forma que acabou. O desfecho desta temporada para o Clube do Remo foi o melhor possível.

O quadro pintando no início do ano foi o pior possível. Clube sem dinheiro e sem estádio para mandar os seus jogos, devido à uma reforma que daria novos camarotes e cadeiras cativas ao estádio Evandro Almeida, mas que ficou na promessa e não saiu das fundações. Para a sorte dos torcedores azulinos, os jogadores tomaram à frente de tudo, dentro das quatro linhas, e conduziram a equipe ao título paraense, ao vice-campeonato da Copa Verde e ao acesso à Série C do Brasileirão.

Parece que a temporada de 2016 terá o mesmo tempero de 2015: a desorganização política. Será que desta vez a sorte e os deuses do futebol vão agraciar o Remo como uma temporada igual ou melhor da que acabou de terminar? Tudo vai depender da eleição extraordinária no dia 23/01.

Inicialmente, surgiram 5 chapas candidatas para assumir a presidência do Remo. André Cavalcante, Helder Cabral, Miléo Júnior, Alcebíades Maroja e Zeca Pirão, todos de olho na cadeira vazia da presidência. Com o passar do tempo, e a politicagem rolando solta nos corredores azulinos, grupos começam a se aglomerar e para a eleição em janeiro, duas chapas podem tomar conta das atenções dos sócios e beneméritos.

Articulações apontam fusões entre André Cavalcante e Miléo Júnior em uma única chapa, prometendo renovação e jovialidade dentro do clube, contra uma chapa também unificada, encabeçada pelo ex-presidente Zeca Pirão e Helder Cabral, que projetam uma reconstrução do estádio e autoestima do clube.

Querendo controlar o Remo mais uma vez, Zeca Pirão está plena campanha política, procurando rádios, jornais e portais de notícias para disseminar suas ideias e propostas. Desta vez, parece que ele quer consertar um enorme erro cometido na sua gestão: deixou o Baenão em “frangalhos”. No entanto, o próprio ex-presidente não assume o erro e coloca a culpa na gestão seguinte, de Pedro Minowa.

“Quando saí do Baenão, quando perdi a eleição, deixei o Baenão liberado pelos Bombeiros para 15 mil pessoas. Hoje em dia, não pode jogar no Baenão porque a gestão seguinte não deu continuidade ao trabalho”, disse Zeca Pirão.

Segundo o próprio Pirão, se eleito, já tem um grupo de empresários de fora do Estado do Pará interessados em investir e construir os camarotes e cadeiras do Baenão. Além disso, o ex-mandatário fez uma proposta um tanto inusitada aos demais candidatos ao pleito presidencial.

“A proposta que faço para os presidenciáveis é que emprestem R$ 200 mil ao Clube do Remo até o dia 23/12, onde somaremos R$ 1 milhão para o Remo resolver todos os seus problemas”, sugeriu.

Para encerrar, Zeca Pirão deu uma única saída aos adversários políticos. Ele deixará de concorrer à presidência azulina se pelo menos um dos candidatos protocolarem um documento se comprometendo à reconstrução do Evandro Almeida.

“Se um dos presidenciáveis me der um documento que vai fazer, dar continuidade ao trabalho, abro mão de ser presidente”, concluiu.

Portal Arquibancada, 17/12/2015