A expectativa era de que, nesta segunda-feira (14/11), a Comissão de Auditagem entregasse o relatório com o seu trabalho sobre a depuração do banco de dados de sócios azulinos, além de produzir uma nova lista de aptos a votar, que seria utilizada nas eleições marcadas para o dia 03/12.
Porém, como desde o início deste conturbado processo eleitoral, houve diversos problemas e, mais uma vez, há uma prorrogação nos prazos. Por conta de uma dificuldade neste acesso ao banco de dados do Leão, o presidente da Assembleia Geral, Robério D’Oliveira, decidiu prorrogar a entrega dos documentos para o próximo dia 21/11, na próxima segunda-feira.
Segundo João Moscoso, membro da Comissão Eleitoral, houve muita dificuldade para que os integrantes da Comissão de Auditagem trabalhassem.
“A Comissão que foi montada pelo doutor Robério, no dia 03/11, para apurar essa lista, teve dificuldades para acessar o sistema no dia em que foi decidido o adiamento da eleição. Só conseguiram o acesso 4 dias depois”, explicou.
Moscoso conta que a comissão trabalhou mesmo com atraso, mas os dias perdidos atrapalharam na entrega da documentação no prazo.
“A data seria até hoje (segunda-feira), só que na sexta-feira (11/11) o acesso foi negado. Ou seja, perderam mais 3 dias. Com tudo isso, eles não conseguiram concluir o relatório e o doutor Robério, por bem, achou de prorrogar por mais uma semana o trabalho deles, para que concluam o trabalho de uma lista bem consistente para que a gente possa trabalhar a eleição”, encerrou Moscoso.
Entre tantas polêmicas pelo Clube do Remo, o adiamento das eleições e a criação da Comissão de Auditagem ainda incomodam bastante os membros da atual diretoria azulina. Segundo a Comissão Eleitoral, os gestores do clube são os responsáveis pela lista de aptos a votar, mas os dirigentes garantem que estes documentos não possuem nenhuma irregularidade.
Para Jader Gardeline, diretor comercial do Leão, a lista que o Clube do Remo considera foi a última entregue à Comissão Eleitoral.
“Consideramos a lista do dia 31/10, com 1.638 nomes. Essa lista foi passada para a Comissão Eleitoral e já está na Secretaria do clube. Quando dizem que existem 3 listas, não é verdade. Foi uma lista, com duas inclusões: de sócios-torcedores que também são sócios do clube e pessoas que peticionaram”, argumentou o dirigente, que aponta que a questão não é a auditoria em si, mas o poder de quem ordenou.
“O que está em questão aqui, não é a auditoria no sistema do clube, porque não é competência do presidente da AG. Peço para que ele me comprove, no Estatuto do Remo, onde ele leu isso, que ele tem competência para tal, muito menos a Comissão Eleitoral”, afirmou, dando outra solução.
“Entendo que eles devem fazer uma auditoria na lista. Pega os 108 e mais os 31 nomes (de sócios acrescidos em cada nova lista) e confere se o cidadão tem direito ou não de estar na lista. Se acharem que não, se acertam com o sócio, que vai ter que mostrar sua regularidade”, encerrou.
Desde o adiamento das eleições do Clube do Remo, todos correm contra o tempo para que o Leão consiga realizar de imediato o seu pleito, mas que também seja um processo eleitoral de qualidade, como foi a votação em janeiro deste ano. Porém, com mais um adiamento, agora para a entrega dos relatórios da Comissão de Auditagem, o desgaste entre dirigentes vai aumentando, o planejamento não inicia e o tempo não para.
Do ponto de vista da Comissão Eleitoral, Moscoso admite que eleição está na porta, mas que tudo está sendo conduzido para o bem do clube. “Esperávamos que tudo estivesse ocorrendo da melhor forma. Para que pudéssemos já realizar o processo eleitoral, o andamento de todo o processo, disponibilizar a lista, porque a eleição está marcada para o dia 03/12. Estamos um pouco em cima. A intenção era que tudo estivesse correndo direitinho. Esperamos que não haja prejuízos”, afirmou.
Por outro lado, Gardeline não entende o motivo para mais adiamentos. “É um prejuízo gigantesco para o clube. Os sócios já estão agitados. Vai se planejar como, se não vamos ter a certeza de uma eleição? Esse adiamento é lastimável e, reforço, o presidente da Assembleia Geral e a Comissão Eleitoral não têm autonomia para esse tipo de coisa. Eles têm atribuições muito bem definidas no Estatuto do clube e estão se atribuindo de outras que não possuem”, encerrou.
Diário do Pará, 15/11/2016