Às vésperas das eleições do Clube do Remo, os bastidores não poderiam estar mais agitados. Na tarde desta sexta-feira (25/11), um ofício pode mudar os rumos das eleições azulinas da forma como ela se desenha para o próximo dia 03/12.
O presidente do Conselho Fiscal (Confis) azulino, Heitor Freitas, confirmou que vai dar entrada, até as 15h, com pedido de afastamento do presidente azulino e candidato à reeleição, André Cavalcante, pela não prestação de contas dos atos da sua gestão.
“Não fazemos nada de forma secreta no Remo. Já estava decidido desde a última reunião do Confis, na última segunda-feira (21/11), que, se até quinta-feira (24/11) não chegasse à minha mão a prestação de contas, no dia seguinte entraríamos com o pedido”, afirma Heitor.
Um pedido similar foi apresentado e recusado pela Assembleia Geral, a título de oportunizar a defesa dos acusados, no mês de setembro. Uma das pautas naquele pedido era a prestação de contas.
“Eles mesmos admitem que não foi apresentada a prestação. Só temos dados de janeiro a maio, a partir daí não há nada”, comentou.
Heitor afirma que o prazo estendido para defesa era também um prazo para apresentação dessas contas e que o Confis tem a “responsabilidade solidária” em casos de irregularidades comprovadas, não podendo deixar de agir.
“Não é algo por conta das eleições. Estamos há meses solicitando! É nosso papel como Conselho Fiscal. O mandato era de 9 meses e já está na prorrogação. Já era hroa de ter sido apresentada essa prestação”, reclama.
O pedido de afastamento se baseia, nas palavras de Heitor, no estatuto do clube e na própria legislação brasileira. Após a entrada do ofício, será solicitada ao Condel uma reunião extraordinária da Assembleia Geral, onde será colocado em votação o pedido. Em caso de afastamento, André se tornaria inelegível.
“Não posso confirmar, mas acredito que a chapa dele seguiria livre para indicar um novo nome para candidato”, finalizou Heitor Freitas.
[colored_box color=”yellow”]André Cavalcante questiona a isenção das partes envolvidas
Procurado para falar sobre este novo capítulo, André Cavalcante afirmou que não tem como responder ao pedido de afastamento enquanto ele não se concretizar, mas declarou que não há fundamentação legal para este pedido.
“É difícil falar em cima de especulações. Além do mais, não existe qualquer fundamento estatutário para tal medida, de toda sorte, caso eles façam isso, adotaremos nossas medidas legais, inclusive, se for preciso, acionando a Justiça Comum”, disse o presidente do Leão.
André acredita que o momento das eleições no clube tem direta relação com essa movimentação e questiona a isenção das partes em um julgamento nesse momento.
“Julgo que nem a atual composição do Conselho Fiscal e nem a mesa do Condel (Conselho Deliberativo) possuem isenção e imparcialidade para julgarem qualquer coisa relativa ao Codir (Conselho Diretor). Primeiro, porque o Confis, pelo seu presidente e membros, estão apoiando abertamente meu adversário político; segundo, porque a mesa do Condel é comandada pelo próprio adversário. Ou seja, ambos possuem escancarado interesse em me prejudicar”, encerrou Cavalcante.[/colored_box]
Diário do Pará, 25/11/2016