O Remo se encaminha para a eleição, ainda sob risco de novo adiamento, sob a ameaça de conflitos e tumultos. A baixaria não foi atenuada e os ataques pessoais proliferam, de lado a lado. Longe de representar a esperança de reconstrução do clube, o pleito de sábado (03/12) pode acentuar as profundas divisões internas.
Ressentimentos e mágoas irão sobreviver à votação, pois os bombeiros – poucos, é verdade – não foram bem sucedidos na missão de apaziguar os litigantes. O clima é de confronto, não de pacificação.
O que surpreende é que, engalfinhados na busca pelo êxito eleitoral a qualquer preço, as chapas concorrentes não percebem que o vencedor terá muito pouco a comemorar. Além de todas as mazelas acumuladas ao longo da última década, o Remo é hoje um campo minado de ambições cegas e egocentrismo explícito.
Em nome desses interesses, quase sempre de ordem pessoal, deixa-se de lado as urgências que se impõem para o clube. É preocupante que o Remo, com mais de 100 anos de história, dependa hoje exclusivamente da lealdade de sua numerosa e apaixonada torcida.
Não há outro caminho para impedir a insolvência financeira a não ser o apelo à contribuição – que nunca faltou – da parte do torcedor. O problema agora é que, cansada de observar a fogueira das vaidades, a massa torcedora já não confia nas promessas e delírios de grandeza.
É necessário que surja alguém que se importe, de verdade, com os destinos do clube, abrindo mão de suas vontades e caprichos.
Blog do Gerson Nogueira, 30/11/2016