As eleições internas do Clube do Remo estão em pauta novamente. Nesta segunda-feira (07/11), o membro da comissão de recadastramento de sócios e, atualmente, integrante da Junta Eleitoral, o conselheiro João Moscoso, esclareceu dúvidas sobre o processo eleitoral e os motivos do adiamento do pleito de 12/11 para 03/12. Na visão dele, o atraso da eleição não deverá atrapalhar o planejamento para o futebol em 2017.
“André Cavalcante, quando assumiu o clube (janeiro), teve jogo 7 dias depois (estreia do Remo no Parazão). Esse adiamento para 03/12 está ainda há 2 meses antes da primeira (partida da temporada). Se formos pensar com o coração, podemos pensar que estamos perdendo tempo, mas de uma forma geral, vendo o noticiário do Remo todo dia, um clube que está passando por diversas situações complicadas, se começarmos um processo eleitoral de uma forma complicada, com um presidente ou Conselho Deliberativo entrando desta forma, a tendência é que o clube não se organize. Por isso, vimos a necessidade de adiar a eleição, para fazer uma eleição organizada, como nós fizemos em janeiro”, opinou.
O principal motivo para o adiamento da eleição azulina foi o atraso na entrega da lista de sócios aptos para participar da votação. Segundo Moscoso, a relação entregue pela secretaria do clube também contou com inconsistências.
“O estatuto do Clube do Remo, no parágrafo 1º do artigo 75, prevê que a lista eleitoral seja entregue pela secretaria do clube, que é quem gere o sistema, 25 dias antes da eleição. Isso seria, então, no dia 18/10, prevendo a eleição no dia 12/11. No dia 18/10, o doutor Robério D’Oliveira, presidente da Assembleia Geral, me designou para que fosse para a sede e só saísse de lá com lista eleitoral. Foi-me fornecida uma lista com 1.499 nomes. A partir do momento que a Junta recebe, não importa como ela venha, nós recebemos como lista eleitoral”, contou Moscoso.
“Eles (atual gestão) estão criando um factoide de que eu tenha distribuído uma lista irregular, mas não existe. Se o programa deles não me fornece uma lista de acordo com o que tem que ser, a culpa não é minha”, afirmou.
“Eles disseram que era uma lista prévia, mas isso não existe. O estatuto prevê que 25 dias antes do pleito ela tem que ser entregue de forma oficial. Depois que começa o processo eleitoral, só a Junta e a Assembleia Geral têm autonomia para incluir novos nomes”, informou o conselheiro.
“Eles pediram um prazo de 3 dias para que pudessem dar uma lista definitiva. Nesse período, apenas 7 candidatos se regularizaram para o Condel. Então, de 1.499 nós passaríamos para 1.506. No dia 21/10, quando entregaram a segunda lista, que disseram ser a oficial, pulamos de 1.499 para 1.607 nomes. Isso nos causou espanto. Aceitamos, mas o estatuto já estava sendo ferido”, detalhou.
João Moscoso ainda revelou que uma terceira lista foi entregue no último dia 31/10, essa com 1.638 sócios, sendo que a Justa Eleitoral recebeu, no período, somente 16 pedidos de inclusão com relação à lista inicial, de 1.499 nomes. Estranhando a situação, a Assembleia Geral decidiu adiar a eleição e montar uma comissão de auditagem, que inclui 2 advogados, 1 engenheiro, 1 perito de sistemas e 1 contador.
“Demos 10 dias de trabalho para eles para que façam a auditagem do sistema. Ficou definido que o sistema seria aberto para os peritos e o contador, para que pudessem fazer uma checagem no sistema, passar os relatórios para essa comissão fazer uma checagem geral e daí fornecer para a Junta Eleitoral uma lista definitiva. Isso foi no dia 03/11. A partir desse dia, não conseguimos mais contato com o diretor que tem acesso ao sistema, nem com o programador. Recebemos a senha do sistema exatamente hoje (segunda-feira), dia 07/12, às 16h, ou seja, 5 dias depois. Pela manhã, ainda soube que o sistema estava fora do ar”, continuou.
“Essas coisas não dão consistência para qualquer eleição no clube. Perdemos 5 dias e vamos ver o que podem nos apresentar nesses 5 dias restantes, se poderão pedir uma prorrogação, porque o trabalho deles foi impedido”, opinou Moscoso.
Por conta dos problemas na checagem da lista e do atraso no começo da auditagem, o conselheiro azulino não descartou um novo adiamento da eleição. No entanto, a decisão, segundo Moscoso, cabe ao presidente da Assembleia Geral.
“Tivemos contato com o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) comunicando o adiamento do uso das urnas eletrônicas. As outras questões são de mais fácil resolução. Quanto ao adiamento, depois desse do dia 03/12, à mim, como membro da Junta Eleitoral, não cabe falar nada. Depende do que a comissão de auditagem trouxer e a Junta Eleitoral analisar. Estamos passando o quadro atual para o doutor Robério e a ele cabe qualquer tipo de decisão, seja a manutenção no dia 03/12 ou um possível (novo) adiamento. Espero que não seja, porque já está tornando a eleição traumática para o torcedor e para nós. Queremos resolver da forma mais célere, mas dependemos de ter dados consistentes”, afirmou.
Globo Esporte.com, 07/11/2016