Miléo Júnior e André Cavalcante
Miléo Júnior e André Cavalcante

Termina nesta quinta-feira (13/10) o prazo para inscrição de candidatos à eleição do Remo, em meio a intensas articulações para formação de chapas. Reuniões se sucedem em torno de alguns nomes, mas não há um quadro ainda claro quanto aos escolhidos para concorrer em novembro.

Por ora, mesmo sem chapas definidas, consolida-se a impressão de um clube profundamente dividido, com pelo menos 3 grupos que se destacam na luta pela hegemonia interna.

O que poderia ser prova de solidez política é, na verdade, sintoma de divergências sedimentadas ao longo dos anos e acentuadas nas eleições recentes. São divisões que comprometem a gestão do Remo, independentemente do presidente no poder.

Além da falta de receita consolidada e da herança das dívidas acumuladas nos últimos 10 anos, motivos que se interligam e que respondem pelos principais problemas contábeis do clube, os gestores sofrem com o clima de discórdia e o “fogo amigo” sem tréguas.

Critica-se a atuação dos últimos dirigentes, mas há um fato inescapável: o cidadão nem bem assume a presidência e o bombardeio da oposição começa, implacável e intenso. Foi assim com quase todos os presidentes, desde que Raphael Levy deixou o cargo, no final de 2005.

A união sempre reclamada no futebol deveria ser buscada incessantemente no Remo, a fim de que as gestões tivessem tempo e tranquilidade para trabalhar. Nesse sentido, o pleito do próximo mês abre nova oportunidade para uma ampla pacificação interna, capaz de permitir ao novo gestor evitar os erros – e não foram poucos – cometidos de 2006 até hoje.

Esta deve ser a pré-condição básica para que a nova diretoria tenha condições de executar seu programa de governo e se empenhe em recuperar as finanças e a própria credibilidade do clube.

Blog do Gerson Nogueira, 12/10/2016