Às vésperas de eleição decisiva para os destinos do Remo, uma ruidosa batalha interna sufoca o debate de ideias próprio de uma campanha eleitoral. De um lado, o presidente do clube, André Cavalcante, vive sob o ataque inclemente da chapa de oposição, cujo candidato é também o presidente do Conselho Deliberativo, Manoel Ribeiro, com poder e influência para criar vários focos de incêndio e atrapalhar ainda mais a gestão atual.
Nas redes sociais, o clima é de guerrilha! Reputações são enlameadas, figuras da velha guarda são achincalhadas e qualquer ato de um dos lados é rechaçado de imediato pelo oponente.
Nesta terça-feira (01/11), depois que a diretoria anunciou o cadastramento do clube no Profut, a oposição rebateu de pronto, minimizando o feito e alegando que nem tudo é divino e maravilhoso. Lembrou que muito há de ser feito para que a adesão ao Profut possa vir a ser digna de festejos.
Em entrevista a uma emissora de rádio, o candidato Manoel Ribeiro falou que a eleição direta “foi a pior coisa que podia ter ocorrido ao Remo”, renegando o próprio estatuto do clube, que ele mesmo ajudou a reformar.
Em sua fala, Ribeiro garantiu que o torcedor azulino não quer saber se a administração do clube é boa ou ruim, o que importa é o futebol. Completou o exercício de “sincericídio” dizendo que há um milionário por trás de sua campanha.
Sem detalhar propostas de gestão, o candidato repetiu apenas o mantra de que o Remo precisa voltar a vencer e a alegrar sua torcida, sem explicar exatamente como pretende alcançar essas metas.
Coincidência ou não, horas após Ribeiro haver detonado o instituto da “eleição direta”, surgiu a informação de que o pleito poderá ser adiado. O presidente da Assembleia Geral, que não pode decidir monocraticamente sobre o assunto, estaria propenso a suspender a eleição de 12/11, alegando incorreções na lista de votantes.
De repente, por vias transversas, a eleição direta, que tanto desagrada o “Marechal da Vitória”, pode não acontecer. Enfim, nada a estranhar dentro do “circo de horrores” em que se transformou a campanha eleitoral azulina.
Blog do Gerson Nogueira, 02/11/2016