Apesar do muito que já pagou ao ex-jogador Thiago Belém, a dívida original de R$ 900 mil (2005), passados 11 anos, estava em R$ 1,8 milhão. O Remo acabou de fechar um acordo para pagar R$ 100 mil com o que tem na conta do TRT e mais 40 parcelas mensais de R$ 40 mil, sempre de fevereiro a novembro. O documento do acordo já está assinado pelas partes, só faltando a homologação na Justiça do Trabalho.
Em novembro, o Remo fechou acordo de R$ 5,6 milhões com 27 credores, representados pelo advogado Henrique Lobato, pagando R$ 1,2 milhão à vista, mais 100% do patrocínio da Funtelpa (R$ 818 mil anuais) e do Banpará (R$ 54,5 mil mensais), além de 30% das bilheterias.
Esses acordos foram programados no “Plano de Gestão da Dívida Trabalhista” do Leão Azul, que congela valores e põe fim à bola de neve da aplicação de multas e juros. Pelo Plano, obra da comissão formada por Angelo Carrascosa, Domingos Sávio e Milton Campos, devem ser abrangidos 80% da dívida até o final deste ano.
Em novembro de 2015, o débito total era de R$ 12 milhões. O clube já fez uma redução em torno de R$ 2,5 milhões e, conforme projeção de Carrascosa, “em um prazo de 3 a 4 anos, essa dívida deve cair para um quarto ou um terço do que era há 6 meses”. Evidentemente, a projeção leva em conta gestões responsáveis nos próximos anos, sem excesso de novas ações no TRT.
Impressionante como o Remo perdeu tempo e dinheiro na má gestão da dívida trabalhista, mesmo depois do exemplo dado há 3 anos pelo rival Paysandu, nos acordos que congelaram os valores e permitiram a redução gradativa. O Leão está ganhando credibilidade junto ao Tribunal Regional do Trabalho, com conduta lúcida e responsável, a partir do plano deelaborado pelo conselheiro Angelo Carrascosa. Parece ser o fim da “enrolação” que caracterizou seguidas administrações do clube nas últimas décadas, nas relações com os credores e com a Justiça do Trabalho.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 28/04/2016