As 3 chapas inscritas para a eleição remista já têm suas propostas bem divulgadas e conhecidas, embora seja oportuno lembrar que a Chapa 10, situacionista, foi alvo de pedidos de impugnação e ainda corre o risco de ser impedida de participar, através de ação na Justiça Comum.
Dos projetos apresentados, emerge um ponto comum: o compromisso de reinaugurar o estádio Evandro Almeida, deformado há quase 5 anos por uma gestão amalucada e irresponsável, até hoje impune.
Tanto os candidatos de oposição – Fábio Bentes e Marco Antonio Pina – quanto o atual presidente Manoel Ribeiro, que batalha (e como!) para continuar no cargo, mostram-se dispostos a terminar as obras que ainda faltam para que o Baenão volte a sediar partidas oficiais.
O programa de governo de Fábio Bentes destaca o Baenão como primeiro item, de forma bem direta. Observa que o estádio representa muito para a autoestima do torcedor remista, além, obviamente, de significar garantia de mais receita para o clube.
A plataforma de Marco Antonio Pina segue na mesma linha, priorizando a obra de recuperação logo como ponto inicial de sua gestão.
Por outro lado, a chapa de Manoel Ribeiro prefere destacar a busca por novos parceiros e a viabilidade financeira do clube, além de prometer gestão transparente (como os demais candidatos) antes de citar a volta do estádio entre suas prioridades.
Está claro para os torcedores e os sócios que terão direito a voto no dia 10/11 que o resgate do Baenão é crucial para que o Remo se recupere tanto no aspecto moral quanto no financeiro, em face das arrecadações que passará a ter novamente como mandante e dono de sua própria praça de esportes.
As 4 temporadas perdidas sem a utilização do Baenão custaram ao clube algo em torno de R$ 3,5 milhões, valor irrecuperável para as combalidas contas azulinas. A compensação não vem nem mesmo através de acordos questionáveis celebrados pela atual diretoria, como a cessão (a preços aviltados) do espaço onde funcionou o Carrossel, como também não será compensadora do prejuízo a tardia parceria firmada com construtora para a instalação de arquibancada metálica na lateral, onde seriam instalados os camarotes prometidos pelo autor da destruição do estádio.
É tardia porque há 2 anos a mesma oferta foi feita e os diretores azulinos recusaram sem maiores explicações.
Resta esperar que a diretoria eleita daqui a 5 dias seja capaz de cumprir com as promessas de campanha, não repetindo a “lorota” repetida nas últimas gestões, que haviam se comprometido com a causa e depois esqueceram convenientemente, deixando de falar no assunto.
O que existe de reforma parcial do estádio deve-se, exclusivamente, ao esforço dos abnegados reunidos em torno do projeto “O Retorno do Rei ao Baenão”. Sem as campanhas de arrecadação de material desenvolvidas pelo grupo, os destroços continuariam a marcar a paisagem do centenário estádio.
Blog do Gerson Nogueira, 05/11/2018