Com a nova diretoria eleita, começaram a vazar nomes de novos contratados visando a temporada de 2017. Como há tempos se pede em razão dos graves problemas financeiros, uma grande base regional integrará o novo elenco. Porém, a torcida, receosa com os nomes ventilados, ainda não foi capaz de procurar entender uma estratégia que pode estar por trás da “regionalização” e que vai além da cadência financeira.
A chegada de Josué Teixeira traz consigo muitas incertezas. O treinador precisará de tempo razoável para que possa transmitir suas ideias a respeito de futebol aos jogadores. Essa sintonia demanda, no mínimo, 4 meses para que seja vista em termos de rendimento dentro de campo. Outro fator será a natural ambientação e conhecimento entre comissão técnica e grupo, que levará um período até que todos se conheçam o suficiente para extrair o melhor de cada um.
Nesse ponto reside o início da estratégia. Sabendo da grande pressão por resultados imediatos que sofrerá, a diretoria tem buscando nomes regionais que conheçam a cultura do Estado e o futebol praticado aqui, bem como estádios e gramados. Isso facilita a adaptação em todos os sentidos e torna-se vital para o treinador ter jogadores que entendam a realidade, dando-lhe tempo para colocar seu modelo em prática e aliar a resultados imediatos tão cobrados em nossa cultura futebolística.
Ao passo da inteligência nesse início de montagem do elenco, se torce para que a nova diretoria não cometa os mesmos erros em relação às anteriores. Um planejamento eficaz e decente recai sobre um ano inteiro de trabalho, e não modularizando por competição, como costuma-se fazer no Remo. Os resultados virão se forem assentados em um projeto sólido, com bom rendimento advindo de estratégias concebidas desde o início do ano.
Em outras palavras, se a aposta é em time regional, que não se mude de estratégia no segundo semestre. A Série C pode ficar em risco se uma leva de jogadores chegar e jogar fora todo o trabalho inicial em nome de maior “experiência”. A torcida cobrará o acesso e exigir isso de atletas recém-chegados (tratando-se apenas do segundo semestre) é desumano e arriscado demais para quem precisa sair do calvário.
Há, sim, a necessidade de reforçar o elenco para uma competição regional. Entretanto, isso deverá estar de acordo com as possíveis carências e dentro do planejado desde agora, e não apenas em maio ou junho. Pontualidade é a palavra na hora de contratar reforços, não uma necessidade exagerada.
O que pode estar sendo muito inteligente agora, pode ser colocado a perder em caso de não haver convicção em quem está no comando. Está havendo coerência até agora nas contratações, gostem os torcedores ou não, mas que isso não seja apenas por poucos meses, para não corrermos o risco de, mais uma vez, vermos vários jogadores indo e vindo, com o Remo ficando no mesmo lugar.
Texto enviado por: Caíque Silva » Twitter
Venha ser também um colunista do Remo 100%
Os textos publicados na categoria “Colunistas” são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.