De 2013 para cá, em todos os anos tivemos times do Remo montados com um centroavante na condição de titular absoluto do ataque remista. Nomes como Val Barreto, Leandro Cearense, Kiros, Aleílson e Rafael Paty sempre estavam presentes nas escalações azulinas, cada um na sua época e com suas histórias.
Retirar um jogador com porte físico para tal função era um pecado gravíssimo para qualquer treinador que comandasse o Leão. Soma-se a isso o engessamento tático e de ideias sobre formas de jogar.
O 4-2-3-1 se estabeleceu como o esquema quase que obrigatório para o Remo, muito devido à presença do centroavante. Isso trouxe resultados positivos e negativos, não unicamente por culpa ou méritos dos centroavantes, mas por serem coisas naturais do futebol. Eles são realmente importantes e, se o treinador possuir no elenco jogadores com características para essa função e basear seu modelo a partir dele, precisam e devem ser utilizados.
Para 2017, o Remo possui Val Barreto, João Victor e Nano Krieger para a função mais goleadora do jogo. Porém, a mudança para esse ano se dá na concepção e no status do elenco. Nenhum dos citados chega com a pinta de titular absoluto e Josué Teixeira dá mostras disso quando vem utilizando um ataque móvel e um time baseado em outras características. Edgar e Jayme vêm atuando desde os amistosos e obtendo bons rendimentos, o que demanda uma outra maneira de jogar e de atacar.
Não há mais o pivô feito pelo centroavante fixo, agora a ideia principal resulta em atacar os espaços criados pela circulação fluida da bola na intermediária ofensiva. Para isso, o treinador azulino vem utilizando dois meias técnicos por dentro para auxiliarem os dois atacantes móveis à frente. Além disso, a utilização ora alternada, ora simultânea dos laterais tem ajudado a alargar as defesas e propicia triangulações, tabelas e infiltrações de vários jogadores.
A ordem não é estar na área, e sim chegar na área. Com um jogo mais pausado, a aceleração é feita agora a partir da bola, e não mais a partir dos atletas. Isso evita um cansaço excessivo e deixa a equipe mais imprevisível, já que a aproximação, unida à velocidade e a qualidade técnica dos atletas, faz com que os espaços sejam criados a partir de uma postura proativa. A média de gols vem boa até agora, evidenciando a boa treinabilidade.
Isso não quer dizer que, com o passar do tempo, um centroavante não possa ocupar a posição e comece a se destacar, mas é curioso ver como uma nova forma de atuação é boa para o clube. O 4-3-3 trouxe imprevisibilidade e eficácia tão reclamadas nos últimos anos. De início, tem dado certo, mas não uma certeza absoluta. Tudo dependerá da assimilação do modelo de jogo por parte dos jogadores. A estratégia é válida.
Texto enviado por: Caíque Silva » Twitter
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