No início de 2017, com o clube envolto em incertezas acerca da temporada que viria, a diretoria optou por trazer um treinador que soubesse trabalhar com poucos recursos. Josué Teixeira chegou referendado pelo trabalho no Macaé (RJ), onde obteve êxito a partir de circunstâncias pontuais que produziram ganhos individuais e coletivos.
Começou dentro do esperado, lançando e testando os jovens da base e introduzindo os reforços regionais. De certa forma, entregou o que dele se esperava. A partir daí, no momento de fazer a passagem à segunda fase do projeto, as limitações de Josué Teixeira ficaram evidentes, com o treinador se atrapalhando e atrapalhando o desenvolvimento do elenco.
Um bom projeto estabelecido deve ser composto por 3 fases: prospecção do elenco e apresentação das ideias do modelo de jogo, assimilação e execução através de treinamentos e consolidação na conquista dos objetivos.
Josué soube indicar um caminho, mas escolheu mal a maneira como encará-lo e segui-lo, tornando sua demissão quase que incontestável. Então era o momento de ter visão e conhecimento na escolha do responsável a ocupar o cargo, que tem como função colocar o clube novamente no rumo certo, agregando aspectos que façam o elenco dar o salto até a segunda fase, fazendo as ideias florescerem no campo através de treinamentos específicos para isso.
Oliveira Canindé foi o escolhido. Conhecido por trabalhos vitoriosos na região Nordeste, chega respaldado e com a confiança da torcida. Nos primeiros dias, já comandou trabalhos de aproximação não somente dos setores do time, mas também de uma realidade mais atual no que condiz à metodologia. Será o responsável pela fase mais difícil do projeto, onde cada sessão de treinamento será vital para a consecução dos objetivos. Seu triunfo será o triunfo do clube. Será necessário um entendimento mútuo e, para isso, há de se dar tempo, pois capacidade para tal ele já mostrou ter.
Agora será o momento em que Oliveira Canindé precisará ser uma espécie de “artesão”. Terá que mostrar suas ideias aos jogadores, executá-las diariamente e mostrar os porquês de elas serem sua escolha. O elenco tem de ser convencido a seguir o modelo e, nisso, o treinador já mostrou estar no caminho certo.
Para a obra ficar pronta, as bases serão assentadas durante os próximos meses, com percalços, mas seguindo um roteiro feito pelo “artesão” Canindé. Como toda obra, a complexidade é habitual, com cada jogador sendo um elo que fortalece e engrandece o caminho.
Se Josué Teixeira foi o “administrador” até aqui, com seus erros e acertos, agora é a hora do “artesão” entrar em ação na parte principal de uma saga cercada de expectativas, que devem caminhar lado a lado, sem interferir no trabalho que será feito.
Oliveira Canindé terá muito a fazer, entretanto, traz consigo todas as habilidades necessárias para fazer tudo muito bem. Isso não é garantia de resultados, a obra em si não contempla uma certeza absoluta do que acontecerá, mas ficará completa com um caminho bem feito e assentado em bases seguras. Isso é futebol e o acaso pode imperar e determinar o que ocorrerá, mas executar este projeto aproxima o Remo cada vez mais da estrada do sucesso. Neste momento, é o que o clube mais precisa.
Texto enviado por: Caíque Silva » Twitter
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