Enquanto as principais equipes do Sul e Sudeste brasileiro encontram-se nos mesmos postos de relevância e o Nordeste vem crescendo consideravelmente, impulsionados em parte por administrações financeiras responsáveis e também por êxitos nacionais, não podemos desconsiderar que também pesa para esse crescimento a promoção da rivalidade a nível regional graças a Copa do Nordeste.
Os clubes da região Norte, que um dia já rivalizaram de igual para igual com os nordestinos, hoje se encontram em uma situação inferior. É difícil admitir este fato devido o amor aos nossos clubes, mas é necessário fazermos essa constatação se quisermos de fato fortalecer o futebol da região.
A Copa Verde, realizada desde 2014, tenta ser esse espaço para a rivalidade regional, mas peca ao colocar no mesmo espaço os clubes do Norte com os Centro-Oeste e do Espírito Santo que, sem dúvida, ajudam a elevar o nível da competição com as possíveis presenças de clubes como Vila Nova (GO) e Goiás (GO), por exemplo, mas não conseguiu alimentar até o momento o desejo entre os torcedores que é um ponto vital para atrair o interesse de patrocinadores, afinal, que empresa vai investir em marketing em um campeonato que o retorno financeiro é baixo?
A Copa Verde é uma competição em situação tão delicada no Pará que os principais clubes estão mais preocupados em vencer o Campeonato Paraense do que ganhar este título regional. Afinal, nas brincadeiras entre torcedores, conhecidas aqui como “encarnação”, dificilmente se ouve falar da conquista do título desta competição, ou da vitória conquistada nesse torneio.
O Re-Pa no Parazão ainda ocupa a maior relevância para os torcedores das equipes e, consequentemente, para as direções dos clubes. Um fracasso na Copa Verde dificilmente põe em cheque o planejamento esportivo destes clubes, mas se perder o Estadual, o bicho pega!
No Norte do Brasil existem muitos clubes tradicionais, existe um futebol riquíssimo em história para além de Remo e Paysandu, no Amazonas temos o São Raimundo (AM), que dominou a última edição da Copa Norte, realizada no final dos 90 e início dos 2000; e o Nacional (AM), maior campeão estadual. No Acre, podemos citar o Rio Branco (AC), que é detentor de um título da Copa Norte. Em Roraima, temos o São Raimundo (RR), Náutico (RR) e o Atlético (RR).
No Tocantins, temos clubes como Palmas (TO), Gurupi (TO) e Tocantinopólis (TO), que o torcedor do Remo lembra bem, da campanha do título da Série C, de 2005. No Amapá, temos os tradicionais São José (AP), Santos (AP) e Ypiranga (AP). Em Rondônia, há clubes como o Ji-Paraná (RO) e Real Ariquemes (RO).
É bem verdade que todos se encontram em diversas situações esportivas e financeiras, alguns disputando competições nacionais e outros sem calendário, mas isso não tira deles a importância que possuem para os seus respectivos torcedores e para a região como um todo. Por isso, precisam ser respeitados.
Além de todos esses clubes citados, não poderia deixar de falar no Manaus (AM), clube recém fundado e que vêm despontando no cenário regional. Foi vice-campeão brasileiro da Série D em 2019 e disputará pela primeira vez uma edição da Série C, se tornando um atrativo a mais para a região Norte.
É preciso reconhecer que o futebol mudou, seja no jeito de jogar, seja no financiamento, seja no modo de gerir um clube, mas a experiência do Nordeste sugere que a rivalidade regional ainda guarda muito prestígio entre torcedores e pode ser muito atrativa economicamente.
Reviver a Copa Norte pode ser o primeiro passo para que o Norte do Brasil valorize e potencialize o seu futebol, pois o Nordeste mostra que há vida futebolística para além do Sul e Sudeste brasileiro!
Texto enviado por: Manoel Neto
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Copa Verde e Copa Norte são bem deficitários e sem graça, esses torneios que não engrandecerão a história do Clube do Remo, pois o nosso Leão já tem títulos mais expressivos como Caracas 1950. Se a questão é rivalidade, melhor investir mais fortemente no parazão mesmo. Em termos interestadual o Remo (por ter sido campeão norte-nordeste) deveria buscar sua inclusão na Copa Nordeste.
Acho que um torneio PA-AM nos moldes do antigo RJ-SP, com 4 times de cada estado formando 2 grupos de 4 times e 2 times de cada grupo avançando às semifinais seria mais interessante que Copa Verde.
Quanto ao estadual, poderia juntar o times do AP (4) e do PA (10) e fazer um super campeonato com 14 times, com 13 rodadas, semifinais e finais.
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