Tindô
Tindô

Quem vai ao estádio hoje em dia e se admira com o talento de jovens atletas formados na base do Clube do Remo, como o volante Jhonnatan, o lateral Alex Ruan, o atacante Jayme, entre outros, com certeza imagina que todos eles têm em comum a mesma formação. No entanto, poucos sabem, mas na base remista, existe um nome responsável por todos esses e muitos outros craques de bola.

Alcindo de Aguiar Cunha Filho (58 anos), o Tindô, é um ex-jogador que fez seu nome na ponta esquerda do Remo, mas foi realmente notabilizado pelo trabalho desenvolvido na formação de atletas, que se estende desde o final da década de 1990. “Tive o privilégio de jogar com Rosemiro, que foi da seleção brasileira; joguei com o Alcino, o ‘Negão Motora'”, recorda orgulhoso, sem esquecer dos demais. “Naquela época o time era Dico; Aranha, Dutra, Mendes e Cuca; Tito, Hertz, Caíto, Roberto, Alcino e Peri. Joguei com esse time aos 16 anos de idade”, afirma.

Hoje em dia, o professor, como é chamado, dedica seu tempo quase que integralmente as centenas de alunos da escolinha, do time sub-13 e sub-15. Um universo de 400 atletas, vistos por ele como a grande fonte de talentos do clube. “Se olhar essa equipe dirigida pelo Valter Lima, quase todos vieram da base. Temos o goleiro Lino, o Andrey, o Igor João, Yan, Gabriel, Alex Ruan, Nadson, Jhonnatan, Rodrigo, Jayme, Guilherme, e a grande revelação, o menino Raylan”, diz, referindo-se ao jovem de Altamira que chegou no Remo e por muito pouco não foi impedido de jogar pela falta de interesse nos estudos.

“A mãe dele chegou comigo e disse que o filho era bom jogador mas não gostava de estudar. Chamei o Raylan e disse que a vida de jogador era curta e se por ventura não fosse jogador, o que seria? Esse lado psicológico é devido a minha formação. Foi então que deixei claro, ‘você pode viajar, mas se tirar nota baixa, nem volte mais para o Remo'”, conta, afirmando que o jovem hoje é referência no campo e na escola.

Tindô, no entanto, diz que o trabalho teve seus momentos desgastantes, mas graças a pessoas que lhe deram apoio no Baenão, acredita que sua missão no futebol ainda tem fôlego. “Os únicos caras que digo que me dão muito apoio chamam-se Maurício Bororó, vice-presidente, Paulinho Araújo, diretor da base, Luiz Silva, outro diretor e o Valtinho. Eles sabem do meu trabalho e os agradeço muito por isso. Amo muito o que faço e faço com todo prazer”, completa.

Diário do Pará, 24/11/2013