Trazer o técnico Flávio Araújo para o Clube do Remo tem sido um dos grandes triunfos da gestão do presidente Sérgio Cabeça. Sem ganhar títulos relevantes no futebol nos últimos dois anos, fazer o “Rei do Acesso” vestir azul-marinho foi uma negociação que poucos imaginavam que daria certo. Afinal de contas, Araújo não ganhou esse apelido à toa. Nos últimos três anos, o treinador cearense subiu de série os três times que comandou: Icasa (CE), em 2010, da série C para a B; América (RN) também para a B e, esse ano, fez o Sampaio Corrêa (MA) conquistar a Série D de forma invicta.
Chega com credibilidade mas evita a condição de estrela. Confira os trechos das entrevistas cedidas pelo treinador ao longo dessa semana.
O trabalho foi iniciado essa semana, porém, o número de jogadores ainda é bem reduzido. Como está o seu planejamento até o Parazão 2013?
O ideal seria que estivéssemos com o grupo completo já essa semana, mas tivemos a apresentação com menos de 1/3, que seria de 28 jogadores. Mas tínhamos que começar. Esperamos que essa semana, 2/3 esteja aqui no próximo dia 10/12 (amanhã). Quanto ao nosso planejamento, vamos trabalhar de manhã e tarde todos esses dias. A princípio treinamos aqui em Belém e no mês de janeiro passamos para outra cidade, que a diretoria tá decidindo.
Como você está pensando na formação desse elenco: os jogadores que você indicou serão titulares ou você está esperando fechar o grupo para, só assim, formar a equipe?
Estou pensando, primeiramente, em formar um grupo, uma equipe de trabalho. Uma equipe vencedora tem que ter no mínimo 25 jogadores de qualidade. Uma coisa eu deixo claro: gosto de ter dúvida. Espero que o Cametá e Walber atingiam uma excelente performance atlética para eu ter dúvida de qual vou escalar. Assim quero que seja em todas as outras posições.
O número de 28 atletas ainda parece distante no Remo. Como lidar com que a pressa em fechar negociações não atrapalhe na contratação de jogadores mal avaliados?
Não podemos fazer contratações sem avaliar, mas o momento de contratar é agora. Porque se a gente perder esse passe, não vamos encontrar os jogadores com qualidade. A partir de 15/12, não vai ter mais ninguém, porque o mercado já vai estar aquecido.
Você já treina com alguns jogadores do sub-20 que vão disputar a Copa São Paulo. Quantos deles irão integrar o grupo e o que você achou deles?
Tem jogares que podem brilhar, mas pode ser que não consigam agora. Dependem muito do estágio do time profissional. Fui jogador da base e hoje sou treinador profissional. Sei que quando você pega cinco ou seis garotos para serem titulares, pode não dar certo assim, porque a pressão é muito grande. É bom colocar em um time que esteja entrosado e fazendo uma grande competição. Aí você consegue destacar esses meninos. Por isso tem que ter cautela com relação a colocar o atleta, mas com a evolução dele junto a do profissional, a probabilidade dele dar certo é muito grande.
O presidente Sérgio Cabeça tem em sua pessoa, na sua contratação, um triunfo. Por todo o seu currículo, você virou esperança de dias melhores no Clube do Remo. Como encaras isso?
Logicamente quando a expectativa é grande, a responsabilidade aumenta. Desde o início, eu deixei claro, que todo treinador depende de bons atletas. O Remo tem que formar um grupo com atletas de potencial, como está formando. Porque se não formar, vai passar o Flávio, o José, o João e não vai conseguir resultado. Treinador nenhum faz milagre. Tem que fazer o trabalho bem feito, ter disposição, forma de jogar, organização, mas tudo isso com qualidade do atleta dentro de campo. Por isso que estamos procurando formar um grupo de qualidade. Formar um grupo vencedor que toda a nação remista deseja.
Diário do Pará, 09/12/2012