A última cartada do Remo para tentar disputar a Série D do Campeonato Brasileiro pode ser dada hoje. Com reunião marcada entre o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marín, e os advogados Válber Motta e Vanessa Egla, responsáveis pela ação impetrada na Justiça Civil de Ananindeua que questiona a legalidade da inclusão do Genus (RO) na competição nacional, a possibilidade de um acordo extrajudicial entre as partes é grande. O encontro, que ocorrerá em Brasília (DF), foi agendado com o auxílio de três deputados paraenses cujos nomes vêm sendo mantidos em sigilo.
De acordo com o advogado Válber Motta, a questão pode ser resolvida hoje dependendo da possível proposta que a CBF colocar na mesa. Ele garantiu que seu cliente, o torcedor remista Wendell de Souza Cavalcante, aceitaria a permanência do Genus no Grupo A1 do torneio, desde que o Remo também tenha sua participação na Série D garantida.
“Temos uma situação concreta, que é a ilegalidade da forma como o Genus entrou na competição. Fora das condições previstas no Estatuto do Torcedor e do prazo previsto pelos regulamentos da própria CBF, mas acreditamos que um acordo sempre é a melhor saída para qualquer questão. Então estamos dispostos à presença do Genus, mas sem prejuízo dos direitos que entendemos ser do Remo”, disse Motta, que voltou a usar o caso que envolveu o Treze (PB) e o Rio Branco (AC), na Série C.
“Para encerrar a demanda judicial, a CBF aceitou a participação das duas equipes na Terceirona e acabou aumentando de 10 para 11 os integrantes do grupo A da competição. Desta forma, temos um antecedente a nosso favor”, ponderou Motta, que viaja hoje para a capital federal levando muito otimismo e confiança na bagagem. “Estamos muito satisfeitos com o resultado de nosso esforço. Posso dizer que já estamos com aquele sentimento de dever cumprido, porque conseguimos provar que nossa demanda era justa e merecia a atenção da Justiça”, ressaltou.
Mesmo tentando manter-se afastado do imbróglio jurídico e sempre procurando deixar claro que o Remo e sua diretoria não possuem qualquer relação com ação movida pelos torcedores azulinos na Justiça Comum, o presidente em exercício Zeca Pirão não esconde a expectativa pelo desfecho do caso.
“É claro que mesmo à distância estamos acompanhando com muita expectativa esta situação, mas o Remo não tem nada a ver com essa ação na Justiça Comum. Foi um grupo de advogados de Ananindeua, que são torcedores apaixonados do Remo e que decidiram tomar esta iniciativa porque sentiram que o clube estava sendo prejudicado”, declarou o cartola.
O Liberal, 08/07/2013