Branco
Branco

Com mais uma temporada no futebol paraense iniciando, velhos questionamentos voltam à tona. Muito se fala sobre a qualidade dos nossos artilheiros e a cada ano aumenta a expectativa para conhecer o próximo, mesmo com as pontarias um pouco fora do calibre. De 2000 para cá, o único a marcar mais de 15 gols no mesmo certame foi o atacante Leandro Cearense, quando atuava pelo Cametá, em 2011.

Os 21 gols assinalados pelo jogador, despertaram imediatamente o interesse do Clube do Remo que, numa tacada só, reuniu Cearense e Branco, goleador do ano seguinte, com 11 tentos. Juntos, esperava-se um ataque aniquilador que, de fatal mesmo, ficou somente na esperança. Afinal de contas: o que aconteceu com as promessas?

Dos 21 gols, Leandro Cearense repetiu apenas 5, enquanto Branco somente 3. Ambos passaram a ser coadjuvantes do desconhecido Val Barreto, um sul mato-grossense que deixou sua marca na estreia do Parazão, contra o Santa Cruz de Cuiarana e não parou mais, inclusive no primeiro Re-Pa do campeonato. Os gols lhe valeram o título de artilheiro e xodó da torcida, que o apelidou de “Valotelli”.

Para 2014, os três, até o momento, permanecem no elenco assim como as promessas. “Em 2013 não tive uma pré-temporada. Saí do Cuiabá (MT) direto para o time de Salinas, e, com essa falta, não pude trabalhar tanto a minha parte física. Todo atacante precisa estar bem no que diz respeito ao lado físico. Esse ano, com todo cronograma sendo respeitado, espero que possa entrar bem e recupere o prestígio que consegui nos clubes que passei”, declara Leandro Cearense.

Na visão de Branco, a falta de gols é muito clara, assim como os motivos que o levaram a passar despercebido. “Em time grande temos que entrar focados no objetivo. No meu ponto de vista, tive dois jogos como titular e não fiz gols. Automaticamente, o Val Barreto entrava e resolvia. Quando acontece isso, o jogador é substituído. Acho que foi isso”, revela o atleta, que vê na concorrência dos garotos do sub-20 e reforços de peso, um estímulo a mais para reverter o quadro na próxima temporada.

“Sabemos da importância de todos nós para o elenco. Lá dentro das quatro linhas, joga quem treina melhor. O futebol vive muito de momento. Vai ser uma briga sadia, e como conheço o futebol paraense, vou buscar meu espaço”, promete, garantindo que o peso da camisa não o assusta. “Nem se trata de peso da camisa. Já trabalho há anos no futebol e não ligo para isso, vejo mais como a oportunidade. Não fiz gols nas primeiras rodadas e o Leandro e Val sim”.

Diário do Pará, 17/11/2013