Remo e Paysandu decidiram, em uma reunião, solicitar arbitragem de trio FIFA para as duas partidas da final da Taça Cidade de Belém. A atitude dos dois clubes da capital, porém, não foi bem vista pela comissão de arbitragem da Federação Paraense de Futebol. Seu presidente, José Guilhermino de Abreu, lamentou a decisão, que creditou ao vice-presidente do Remo, Zeca Pirão. O dirigente, por sua vez, preferiu não alimentar a polêmica e defendeu o direito dos clubes de buscar arbitragem de alto nível.
A revolta de José Guilhermino de Abreu com a atitude de Remo e Paysandu gerou inclusive uma carta, feita por ele próprio, à Comissão Nacional de Arbitragem (Conar). “Mandei um documento ao presidente Aristeu Leonardo Tavares, onde expliquei que, apesar de estarmos fazendo todos os jogos do campeonato local, partiu de alguns dirigentes a desconfiança com a nossa arbitragem. Isto foi para deixá-los cientes do que está acontecendo aqui no nosso Estado, onde, infelizmente, a cultura ainda é a de que o que vem de fora é melhor”, disse José Guilhermino de Abreu.
Zeca Pirão, que segundo Abreu é o responsável pelo movimento contrário à arbitragem paraense, minimizou as declarações do presidente local. “O problema é dele. É um direito dele reclamar, assim como temos direito de não querer árbitros daqui”, disse, ressaltando que a decisão é também do co-irmão. Questionado sobre os lances que o fizeram tomar a atitude de pedir arbitragem de fora, Pirão foi evasivo. “Não cabe a mim falar. Acho que quem vai aos jogos e vê as atuações, sabe do que estamos falando”, disse.
Para contar com arbitragem FIFA, os clubes solicitaram à CBF que fosse feita a escolha de um trio do quadro nacional de árbitros, que pode vir de qualquer Federação que tenha profissionais avalizados pela entidade máxima do futebol. Os gastos, com isso, serão quase cinco vezes maiores (de R$ 4,5 mil para R$ 20 mil por jogo). “Com certeza vale (o investimento). Se não valer, veremos na hora”, disse o vice-presidente remista.
Questionado se essa seria a garantia de uma arbitragem sem erros, Pirão disse apenas estar se prevenindo. “Todo mundo tem direito de errar e falhar, mas o profisisonal que chega com preparo e entra no quadro FIFA erra menos. Na Copa do Mundo validaram o gol de mão do Maradona, mas é mais difícil acontecer um erro desta proporção. O Re-Pa é um jogo complicado e árbitro FIFA dá mais tranquilidade. Não queremos desmerecer nenhum daqui”, concluiu o dirigente azulino.
O Liberal, 19/02/2013