Com duas semanas de atraso, Remo e Paysandu abrem hoje, às 18h30, a fase semifinal do segundo turno do Campeonato Paraense. Depois de tantos problemas extracampo envolvendo a Justiça Desportiva, o Santa Cruz e a FPF (Federação Paraense de Futebol), a reta final da competição estadual volta a campo e logo com o maior clássico da região Norte. De um lado, o time azulino desesperado pela vitória para continuar sonhando com um calendário cheio. Do outro, o bicolor quer vencer o returno e, com isso, acabar de vez com o Parazão. Mais do que nunca, é um clássico entre opostos.
Ao contrário do rival, o Leão Azul tem uma pressão sem tamanho nas costas pelos acontecimentos dos últimos dias. Aliás, pelos acontecimentos desde o último Re-Pa. A partir da derrota de 2 a 1 no clássico do dia 17/03, o Remo jogou cinco vezes e teve apenas uma vitória e quatro derrotas, as duas últimas pela Copa do Brasil. Fez dois gols e levou oito. O ambiente parece ter entornado de vez quando começou a se especular que é uma questão de tempo que haja dispensas dentro do elenco. Para o jogo de logo mais, dois ex-titulares (Galhardo e Walber) foram afastados sem explicações.
Além da pressão sobre os atletas, o técnico Flávio Araújo também está com o cargo seriamente ameaçado. Ele garantiu que o ambiente dentro do Baenão é bom. Disse ainda que os testes de ontem não apontaram um desgaste físico alto dentre os jogadores que viajaram e jogaram no meio de semana contra o Flamengo (RJ), pela Copa do Brasil.
“Estamos bem. O elenco até me surpreendeu nessa reapresentação. O grupo está motivado e ciente de que não temos dois jogos contra o Paysandu e sim duas batalhas. O futuro do Clube do Remo e o nosso está em jogo. Os jogadores estão determinados e seguiremos em busca do segundo turno, superando o cansaço do jogo e a viagem”, afirmou Araújo.
Do lado alviazul, tudo tranquilo. Garantido na decisão do campeonato, com o time completo e com o restante da temporada garantido, o Paysandu tem algumas vantagens a mais para as semifinais. Além de ter tido mais de uma semana apenas para se preparar para o clássico, o time bicolor vai à final com a vantagem de somar dois resultados equivalentes, como dois empates ou uma vitória e uma derrota com a mesma diferença de gols.
Lecheva garante que na Curuzu ninguém pensa em vantagem, nem se deve citar a palavra. Ele quer dos jogadores a mesma pegada de um jogo igual, equilibrado e sem a balança pender para nenhum dos lados. “Para esse jogo, não (há vantagem). Temos a nossa maneira de jogar, que é em prol da vitória, ofensivamente. Na segunda partida, se tivermos uma vantagem necessária, aí sim a gente pensa nisso”, disse. “Aqui está proibido falar de vantagem. Vamos encarar nosso maior rival, que é sempre um adversário difícil. Tirando o último jogo, os outros três foram muito equilibrados”, completou o treinador do Paysandu.
O que os dois treinadores pregam, e os jogadores também, é que no encontro entre tradicionais rivais o equilíbrio predomina e é a vontade quem dá as cartas. Tudo resumido na declaração de Lecheva, quando perguntado como espera o time azulino para o Mangueirão. “Esperamos um Remo forte, aguerrido e sabedor que essa semifinal pode definir o calendário para o resto do ano”, resumiu.
Amazônia, 20/04/2013