A diretoria, ou melhor o Presidente do Vilhena (RO), José Carlos Dalanhol, o popular “Gaúcho do Milho” deverá encaminhar ofício à Federação de Futebol de Rondônia comunicando a desistência da disputa do Campeonato Brasileiro, Série D, vaga conquistada no último sábado, depois de sagrar-se campeão estadual.
Dalanhol havia confirmada a participação, mas sempre demonstrou o desejo de vender a vaga para o Clube do Remo. Com isso, conseguiria pagar todas as dívidas do clube. Na manhã desta segunda-feira, ele tentou a última cartada com alguns empresários e com o prefeito José Rover, mas não deu certo.
Sem prestar conta de um único centavo do que arrecadou durante todo o campeonato, a classe empresarial fechou as portas para o presidente e até aceitava ajudar a equipe, mas cobrava mudanças na direção do Vilhena, fato pouco provável, já que Gaúcho do Milho está no cargo desde 2009 e fica até setembro deste ano, quando encerra o seu segundo e último mandato, uma vez que o estatuto permite apenas uma reeleição.
É bom lembrar que pelo seu estilo centralizador, todos os demais membros da diretoria pediram afastamento dos cargos antes mesmo do início do campeonato e o grande problema agora é quitar os salários dos jogadores, funcionários e comissão técnica, além dos encargos sociais e rescisões contratuais.
O problema se repete e a chiadeira é a mesma a cada ano. Apesar de ter alguns méritos pela sua ousadia, o “modus operandi” adotado pelo presidente do Vilhena é reprovado pela maioria e não tem como prosperar.
Há um fio de esperança de que a situação possa ser revertida. Sabe-se que a equipe do Pimentense (RO), a quem caberia a vaga, caso haja a desistência, também não estaria disposto entrar na disputa.
Mesmo que a CBF banque as passagens aéreas, alimentação e translado, as despesas com salários, alimentação, arbitragem ultrapassam outros R$ 200 mil. Esse dinheiro o Vilhena não tem e nem de onde arrumar.
A situação piorou depois que o presidente concedeu entrevista a uma emissora de rádio logo após a conquista do título e debulhou adjetivos contra a imprensa, políticos e empresários de Vilhena, chamando-os de oportunistas.
A ideia é convocar eleições para o mês de setembro e criar um planejamento para a participação da equipe na Copa do Brasil e estadual de 2014 com antecedência.
Correio de Notícias de Vilhena-RO, 03/06/2013