Ramon
Ramon

O ano era 2011. O Remo lutava para conquistar uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro. Sob a gestão do então presidente Sérgio Cabeça, a equipe caía pelas tabelas no Parazão. Na intenção de tirar o Leão da fila de espera, nomes são anunciados, entre eles, a “salvação” dos problemas. Em março, era apresentado o atacante Finazzi, recém-saído do Bragantino (SP). Com lesão muscular, o veterano de 37 anos nada fez em Belém.

No ano seguinte, com a vaga na Série D assegurada, mais uma vez a intenção era trazer reforços. Entre as novidades estava o zagueiro Ávalos, 34 anos. Conhecido por sua passagem vitoriosa no Santos (SP), o atleta foi aos poucos mostrando o “alto nível” de seu futebol. Nas oitavas-de-finais, contra o Mixto (MT), foi afastar uma bola lançada no campo de defesa e conseguiu a proeza de cabecear para trás, presenteando o adversário com o cruzamento e o consequente gol do atacante Nonato.

Este ano foi a vez do meia Ramon desembarcar no Baenão como o “dono da bola”. O meia estava no futebol russo, mas antes passara por Atlético (MG), Corinthians (SP), Flamengo (RJ) e até a Seleção Brasileira Sub-17 o hospedou. Belém do Pará marcaria o recomeço de sua carreira, atrapalhada por uma lesão, mas o principal reforço do Remo escorreu pelo ralo, junto com a campanha do time, sem divisão.

Os três casos figuram em uma lista interminável de “furadas” que o Leão conheceu nos últimos anos. Muitos vieram e nada produziram, deixando diretores envergonhados e torcedores furiosos. Este ano, a nova diretoria, composta pelo presidente Zeca Pirão e cia., parecem ter aprendido a lição com os erros do passado.

Para evitar essas e outras repetições, foi criado recentemente o Departamento de Capacitação e Avaliação de Atletas (DCAA), com a finalidade de assegurar o mínimo de qualidade nas escolhas futuras. “O objetivo é minimizar a margem de erro nas contratações. Pretendemos fazer uma análise de fatores criteriosos, para que o jogador que venha seja o mais adequado para a posição. Vamos deixar de lado a ação de empresários, ou indicações através de vídeos”, explica o diretor de futebol, Thiago Passos. “Vamos inverter a lógica: antes deles oferecerem, nós é que vamos atrás”, avisou.

O trabalho já está sendo executado por meio de uma frente composta pelo próprio Thiago Passos, juntamente com o diretor Henrique Custódio e a gerência de Emersom Dias. Os nomes, no entanto, são apresentados diretamente ao presidente do clube. “No futebol tem jogador que dá certo em um clube e não dá certo em outro. Isso nós sabemos. Não vamos garantir que todos vão dar certo, mas o nosso dever é minimizar esses erros e evitar os casos clássicos de atletas que vieram e não ajudaram”, conclui Thiago.

Diário do Pará, 03/11/2013