Atendendo a ofício do comandante do policiamento da capital, coronel Hilton Benigno, a Federação Paraense de Futebol emitiu ofício circular nesta quinta-feira, antecipando a data do Clássico Rei da Amazônia do domingo, dia 27/01, para o sábado, dia 26/01. O motivo alegado para a mudança da data do jogo foi a não garantia de efetivo da Polícia Militar para fazer a segurança do evento, por conta das atividades paralelas de Carnaval.
Hilton relembra que serão relacionados cerca de 300 homens para fazer a segurança da programação oficial de Carnaval da Prefeitura de Belém no Portal da Amazônia, número similar ao disposto para a segurança de clássicos Re-Pa. “Temos um contingente total de 800 a 1.000 homens na corporação, não há como disponibilizar um número suficiente de pessoas para o jogo sem comprometer a segurança em outras áreas da cidade”, afirmou, lembrando que a PM também é responsável pela segurança de inúmeras programações não-oficiais de Carnaval e da segurança nos bairros.
O diretor técnico da FPF, Paulo Romano, afirmou que tentou conversar com a direção da Polícia Militar para que não houvesse a mudança de data. “Sabemos que a data tradicional do Re-Pa é o domingo, mas é uma questão de segurança. Se o órgão que faz a segurança diz que não tem condições de garanti-la, precisamos levar isso em consideração”, declarou o diretor.
Romando afirma que os presidentes de Remo e Paysandu devem tentar uma audiência com o governador do Estado, Simão Jatene, para tentar reverter a situação mas, até segunda ordem, o jogo segue marcado para o sábado, 26/01.
Leão reclama e quer reverter
Após saber que a Federação Paraense de Futebol (FPF) mudou a data do primeiro Re-Pa de 2013, a diretoria do Clube do Remo se posicionou totalmente contra a antecipação de um dia do clássico. “Nós somos totalmente contra essa mudança. Não só nós, mas o Paysandu também”, adiantou Sérgio Dias, diretor de futebol e representante do Remo na FPF. “Ela é desnecessária”, afirma o dirigente.
Dias conta que, segundo cálculos dos dirigentes azulinos, com o jogo ocorrendo no sábado, um prejuízo de cerca de R$ 100 mil deve acontecer aos cofres dos clubes. “No sábado, todo o comércio funciona, os shoppings da cidade funcionam normalmente. As pessoas já estão acostumadas com o jogo no domingo e estamos com uma expectativa de 38-40 mil pessoas. No sábado isso não vai ocorrer”, explica o diretor de futebol.
“Carnaval é só em fevereiro. A tabela do campeonato, com o Re-Pa, já está montada há mais de um mês. Brigaremos até o fim para a permanência no dia 27/01”, garante Dias.
Paysandu também não concorda
No Paysandu, a antecipação do clássico Rei da Amazônia, em princípio não foi muito bem recebida, sobretudo pela tradição já institucionalizada no calendário do torcedor paraense.
“Recebemos a informação da FPF e entramos em contato com a diretoria do Remo para que, em conjunto, possamos articular junto ao Governo do Estado, que entenda a importância do clássico e que o mesmo possa ser realizado no domingo, como é de tradição, para que não haja prejuízo e tenhamos um público à altura do Re-Pa”, garantiu o diretor de futebol do Paysandu, Clodomir Araújo Júnior, ao ter conhecimento da decisão conjunta entre PM e FPF.
A decisão em si leva em conta a questão da segurança pública, uma vez que, durante os meses de janeiro e fevereiro, milhares de foliões se deslocam aos locais de desfiles dos tradicionais blocos de rua, principalmente no bairro da Cidade Velha e agora no Portal da Amazônia. “Entendemos perfeitamente que a segurança é uma das prioridades do Governo do Estado do Pará, mas a gente também tem, dentro do diálogo, que conversar com a administração pública para que ela possa entender a prioridade que é o futebol como espetáculo dentro do nosso Estado”, defende Clodomir.
Diário do Pará, 18/01/2013