Aproximadamente 40 torcedores realizam um protesto pacífico em frente à sede social do Remo, na Avenida Nazaré, ontem à noite. A manifestação motivada pela eliminação do clube no Campeonato Paraense e pela perda da vaga na Série D do Brasileiro provocou principalmente pedidos de profissionalização do Departamento de Futebol azulino, acusações de falta de transparência na administração do clube e cobranças a respeito da demora para a adoção das eleições diretas para a presidência do Conselho Diretor (Codir).
Os gritos entoados pelos torcedores acusavam a diretoria e o Conselho Deliberativo (Condel) de terem acabado com o Remo. “Não é mole, não! Acabaram com o meu Leão!”, protestaram. Faixas cobravam a votação imediata da reforma estatutária, que segue emperrada desde o final do ano passado, e até a renúncia dos atuais dirigentes do clube.
A concentração dos manifestantes teve início por volta das 19h, na Praça Santuário de Nossa Senhora de Nazaré. Logo depois, o grupo seguiu caminhando até a frente da sede azulina.
Para evitar a eclosão de algum tumulto que pudesse ameçar o patrimônio do clube, a diretoria remista solicitou a presença de viaturas da Polícia Militar no local. No início da semana, torcedores não identificados atiraram ovos na frente da sede social e no portão que dá acesso ao estacionamento do Baenão. Desta vez, porém, nenhum incidente grave foi registrado.
Após cantarem o hino do clube, uma comissão formadas pelos líderes do movimento foi recebida pelo diretor de futebol Maurício Bororó, que garantiu aos manifestantes que uma reunião entre eles e a direção do clube será marcarda para que as críticas e propostas do grupo sejam discutidas.
A insatisfação da torcida remista com a situação do clube também tem gerado uma grande pressão sobre o presidente Sérgio Cabeça. Um grupo denominado Assoremo (Associação de Sócios do Clube do Remo) chegou a propor o impeachment do mandatário, com base no não cumprimento de algumas de suas promessas de campanha. Entre as quais estão justamente a adoção do voto direto para a eleição do próximo presidente do clube. Apesar de pressionado, Cabeça garantiu que não renunciará ao cargo.
O Liberal, 10/05/2013