Em meio a preparação para a partida contra o Paragominas, os bastidores do Clube do Remo ainda estão causando polêmicas. A última envolve Emerson Dias, empresário dos jogadores Biro (volante) e Branco (atacante), com o diretor Sérgio Dias.
Emerson Dias foi considerado “persona non grata” no Clube do Remo, com documento assinado por Sérgio Cabeça, presidente do clube, após ter seu nome envolvido em uma possível negociação de Fábio Paulista, Val Barreto e Thiago Galhardo com o Paysandu, algo que ele nega ter feito. Além disso, Emerson também foi acusado de aliciar jogadores do clube.
Em entrevista, Emerson falou sobre a sua relação com a diretoria do Remo, das acusações feitas por Sérgio Dias (que não foi encontrado para comentar as palavras do empresário), além de ter acusado o diretor de não pagamento de alguns serviços prestados ao clube. Confira alguns trechos da entrevista:
Proibição de entrar no Baenão
Me pegou de surpresa. Foi por causa de uma possível negociação do Paysandu com o Fábio Paulista, Val Barreto e Thiago Galhardo. O Sérgio Dias colocou meu nome como intermediador. Em nenhum momento conversei com a diretoria do Paysandu sobre isso. Foi uma informação errada, colocando o próprio atleta dele, em uma semana de clássico, contra a torcida. O torcedor não quer saber se é verdade ou mentira. Vai cobrar dos atletas e de mim. Proibição é um direito que cabe ao clube. No Remo, tenho procuração do Branco e do Biro. Tenho que respeitar, isso já aconteceu antes, já estou acostumado a isso, mas sempre voltam atrás.
Aliciador de jogadores
Ele (Sérgio Dias) me chamou de aliciador, aproveitador e que faço mal ao Remo. Intermediei a ida do Heliton para o Paysandu, com o consentimento do Amaro Klautau (presidente na época), que aceitou a proposta. O outro caso que estive (envolvido) foi o do Raul, que saiu pela Justiça do Trabalho, mas só pelo fato do Remo não ter pago FGTS e INSS do jogador. O Atlético (PR) queria o jogador, pedi para que ele fosse emprestado e que pagassem os encargos. Não fizeram e por isso a decisão foi tomada.
Negociação de trio com Paysandu e vinda do Thiago Potiguar
Quem causa tumulto é o Sérgio Dias. Ele “planta” notícia e inventa para aparecer. A diretoria do Paysandu é muito séria, jamais iria acontecer isso. Após a final do primeiro turno, me ligaram quase 01h da manhã pedindo o Thiago Potiguar. Expliquei a situação dele e o Pirão não queria o jogador aqui. Estávamos com quatro propostas e tenho que ver o que é melhor para o jogador (Emerson é empresário de Potiguar). Não coloquei obstáculos, a proposta que não foi suficiente para tirá-lo do Corinthians (AL), onde está muito bem.
Serviços prestados ao clube e relação com Sérgio Dias
Em dezembro, o Sérgio Dias me ligava umas 10 vezes por dia, chegamos a almoçar juntos algumas vezes. Ele convidou o Roma (sócio) e eu para fazermos parte da diretoria. Ajudei a trazer o Flávio Araújo, pois eles não tinham contato de ninguém. Fiz tudo da melhor forma, mas depois veio o Pirão e eles não me procuraram mais, o que é um direito deles. Antes da estreia no campeonato, eles descobriram que o Fábio Paulista tinha contrato com o Tombense (MG), do Eduardo Uran. Sérgio Dias me ligou e pedimos uma comissão, pois ninguém trabalha de graça, nossa vida é essa. Ajeitamos tudo, conseguimos liberar o jogador e depois o Sérgio passou a não me atender. Quem pagou foi o Zeca Pirão e o (Maurício) Bororó, que são pessoas que estão tentando fazer algo de bom pelo Remo. Essas e outras coisas ninguém fala. Tive o desprazer de conhecer esse senhor (Sérgio Dias). Ele não faz bem ao Remo e a diretoria tem a oportunidade de tirá-lo e trabalhar em paz.
Globo Esporte.com, 19/03/2013