O técnico Flávio Araújo deixou Belém ontem e, oficialmente, não é mais treinador do Clube do Remo. O agora ex-técnico azulino voltou ao Ceará, seu Estado de origem, com uma mancha no vitorioso currículo. Flávio foi anunciado como técnico do Leão ainda em novembro do ano passado e, desde então, era apontado como principal esperança para erguer o futebol do Leão Azul nos últimos anos.
No entanto, o “Rei do Acesso”, como vinha sendo chamado por três acessos nas costas, ganhou o apelido de “Rei da Retranca” pela torcida remista. A partir do fim do primeiro turno do Parazão, Flávio passou a ser questionado por não ter um sistema padrão de jogo, organização no meio de campo e um camisa 10 para organizar o time. A equipe acabou perdendo o título do turno para o Paysandu.
Embora criticado, o Remo chegou à final do segundo turno, após eliminação na Copa do Brasil para o Flamengo (RJ) e Flávio ainda fez pior. Jogando pelo empate, colocou o time para jogar na defesa contra o Paragominas, acabou levando três gols e deixou Belém sem conversar com nenhum membro da imprensa local. O diretor de futebol, Maurício Bororó, justificou o ato do treinador. Segundo ele, Flávio alegou não ter condições psicológicas de se explicar.
“Quando acabou o jogo, o Flávio chorou muito nos vestiários. Cheguei com ele e falei que a imprensa estava esperando, mas ele me disse que não tinha condições psicológicas de dar coletiva. Foi algo pessoal”, descreveu Bororó. “Mas ele disse que não tem mágoa de ninguém daqui. Pelo contrário. Só acho que o fato dele ter dirigido um clube de massa pesou”, acredita o dirigente.
Diário do Pará, 09/05/2013