Criado na Europa na década de 60, o esquema tático 3-5-2 sempre foi polêmico no futebol brasileiro. Para seus críticos, trata-se de um sistema de jogo que priveligia a marcação. Para seus entusiastas, por outro lado, é a formação que melhor explora os espaços em campo e jogadas pelas laterais, com alas avançados. Toda esta discussão está sendo deixada de lado pelo técnico Flávio Araújo, que resolveu adotar o esquema com três zagueiros para a partida contra o Santa Cruz de Cuiarana, amanhã, no Baenão, pela primeira rodada do Campeonato Paraense.
Durante toda a pré-temportada em Castanhal, o treinador testou em coletivos a formação com três defensores. Mesmo com a fama de cauteloso, o esquema ganhou defensores na Toca do Leão. Para o lateral-esquerdo Berg, a nova tática utilizada por Flávio Araújo proporciona mais liberdade para os alas, que ficam com menos responsabilidade para marcar, devido ao maior número de jogadores na zaga, além da cobertura dos dois volantes.
“Posso atuar em qualquer sistema de jogo, seja o 4-4-2 ou o 3-5-2. Quem tem que decidir é o treinador, mas sou uma ala de origem, gosto muito de atacar. Por isso, o esquema com três zagueiros é muito bom para o meu futebol, já que libera os alas para atacar”, comentou o jogador.
Apesar de defender o esquema, os atletas azulinos reconhecem que é preciso muito treino para se adaptar ao 3-5-2 e fazer com que nada saia errado na hora do jogo. Titular do meio de campo remista, o volante Nata lembrou que o América (RN) usou o esquema na campanha que o levou ao acesso à Série B do Brasileiro, em 2011, quando era comandado exatamente por Flávio Araújo.
“Estou totalmente adaptado ao 3-5-2. Trabalhei muito nesse esquema no América. Quando conseguimos o acesso para a Série C, em 2011, nós jogávamos com três zagueiros. Eu me sentia muito bem, porque tinha mais espaço para sair jogando pelo meio de campo e chegar na frente para ajudar os atacantes”, ressaltou. Para Nata, a mudança de esquema também é fundamental para conter as investidas, que explora a marcação e a posse de bola no meio de campo.
O Liberal, 13/01/2013