O juiz da 1ª Vara Civil de Ananindeua, Antonio Jairo de Oliveira Cordeiro, novo responsável pelo processo que suspendeu os jogos do Genus na Série D do Campeonato Brasileiro e tenta incluir o Remo na competição nacional, manteve a liminar concedida pelo juiz plantonista Raimundo Rodrigues Santana, no sábado passado, e intimou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que preste esclarecimentos sobre o caso dentro do prazo de 15 dias. A decisão agradou os torcedores remistas autores da ação.
No último sábado, o juiz Raimundo Santana acolheu o pedido de liminar feito pelo torcedor Wendell de Souza Figueiredo e determinou que a partida entre Paragominas e Genus (RO) fosse suspensa. No entanto, como a CBF ou o delegado da partida, Salccy Maria Tavares, não foram notificados oficialmente, o jogo transcorreu normalmente.
Ontem, o processo foi redistribuído e seu prosseguimento caberá a partir de agora ao juiz Antonio Jairo de Oliveira Cordeiro. Seu primeiro ato foi expedir uma Carta Precatória para citar a CBF, no Rio de Janeiro. O documento deve ser entregue ainda hoje pela advogada e torcedora azulina Vanessa Egla, que representa Wendell Figueiredo ao lado do advogado Válber Motta.
“O caso está caminhando. Hoje (ontem) pela parte da manhã recebemos a resposta do Dr. Antonio Jairo de Oliveira Cordeiro, representante da 1ª Vara Cível de Ananindeua, mantendo a ação contra a CBF. Agora, a advogada Vanessa Egla irá até o Rio de Janeiro com a Carta Precatória, no caso, o documento que fará a CBF tomar conhecimento do caso e dentro de no máximo 15 dias teremos a resposta do porquê o Remo foi excluído da competição. Enquanto isso, o Brasileiro da Série D está paralisado e o Genus está fora da competição”, explicou Motta.
O advogado disse ainda que aguarda para breve a marcação do julgamento do mérito da questão. Segundo ele, isso deve ocorrer logo depois que a CBF apresentar seus esclarecimentos ao juiz encarregado do caso. “Assim que a CBF apresentar sua resposta aos questionamentos levantados por nossa ação, o julgamento deverá ser marcado. Aí, nós vamos poder definir esta situação de uma vez por todas”, projetou.
O advogado e assessor jurídico da Federação Paraense de Futebol (FPF), Antonio Cristino Mendes, esteve ontem à tarde na 1ª Vara Civil de Ananindeua para prestar esclarecimentos sobre o caso. Mendes explicou as razões que levaram a entidade a não tomar providências para evitar a realização do jogo. “A decisão sobre a suspensão da partida saiu no final da tarde do dia do jogo. Aliás, encontrei com o oficial de Justiça na sede social da Assembleia Paraense por volta das 17h e contei a ele que, duas horas antes do início do jogo, só quem poderia suspender a partida era o árbitro. Não tem nada a ver com a FPF”, revelou o advogado.
Assim como fez no final de semana, Mendes voltou a argumentar que a FPF não tinha poderes para suspender o jogo em Paragominas, mesmo que tivesse recebido a liminar a tempo. “Os jogos referentes às competições nacionais só podem ser suspensos pela CBF, assim como os jogos do Parazão são de responsabilidade da FPF. A Federação é uma instituição vinculada à CBF e assim que recebemos o processo, encaminhamos ao Departamento Jurídico e de Competições da Confederação. A atitude tomada será da CBF e não passa pela FPF”, enfatizou.
Mendes lembrou ainda que no despacho do juiz plantonista estava determinado “em negrito” que a Comarca de Ananindeua deveria enviar uma Carta Precatória à Comarca de Paragominas, medida que, segundo o advogado, não foi tomada naquele dia.
O Liberal, 13/06/2013