Se a ação judicial que incomodava a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já não é mais empecilho para a sequência do Grupo A1 da Série D do Campeonato Brasileiro, outras questões continuam sendo incógnitas no Remo. Entre elas, estão o fim da suspensão imposta pela Justiça Desportiva, além da multa de R$ 20 mil, e a participação do clube na Série D do Campeonato Brasileiro. Resta ao Leão Azul esperar uma resposta do STJD sobre a punição e da CBF sobre a vaga na competição nacional.
A expectativa do presidente do Leão Azul, Zeca Pirão, é para que estas respostas venham hoje ou, no mais tardar, amanhã. De acordo com o que ficou acertado entre o mandatário azulino e o presidente da CBF, José Maria Marín, o Departamento Jurídico da entidade analisaria o pleito remista, que alega ter sido prejudicado pelo regulamento do Campeonato Paraense deste ano, para definir se há ou não uma forma legal de incluir o clube paraense na Série D 2013.
“Se houver essa brecha jurídica, o presidente Marín nos garantiu que encontrará uma forma de colocar o Remo na competição. Ao mesmo tempo, com a retirada da ação dos torcedores na Justiça Comum, o Jurídico da CBF vai auxiliar o Remo a conseguir a absolvição ou mesmo a extinção da punição que sofremos no STJD em virtude do processo que estava correndo na Justiça Comum”, explicou o presidente remista.
Segundo Zeca Pirão, o Remo só aguarda o sinal da CBF para intensificar os treinamentos no Baenão. No caso da vaga não ser concretizada, o clube desistirá de uma vez por todos de participar da Série D e finalmente suspenderá as atividades do elenco profissional.
“Temos que esperar a decisão da CBF. Ainda não sabemos se vamos ter ou não a vaga na CBF, mas uma coisa é certa: se ela não vier, vamos encerrar este assunto e partir para a reformulação do elenco. Vamos dispensar os jogadores que não interessarem e dar férias aos que permanecerem no clube. Aí, a partir do final de agosto, retornaremos aos trabalhos com o (técnico) Charles Guerreiro trabalhando para montar o time para as competições de 2014”, disse o mandatário.
Tudo depende de um parecer
A participação ou não do Remo na Série D agora depende de um parecer do diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes. Se a resposta for positiva, a própria entidade irá conferir os meios legais para conceder uma vaga ao Remo e repassar a resposta final ao presidente José Maria Marín. “Apresentamos todos os nossos argumentos ao diretor responsável pelo assunto, mas ainda estamos esperando uma resposta”, revelou o presidente do clube, Zeca Pirão, que retornou à Belém no início da noite de ontem.
“Acreditamos que a tal ‘brecha’ que a CBF está procurando para incluir o Remo na Série D é justamente o erro que a FPF (Federação Paraense de Futebol) cometeu ao não definir o Remo como representante do Pará na Série D, sendo que nós fomos o segundo colocado do campeonato pelos critérios técnicos e não o Paragominas, que foi o vice, mesmo tendo menos pontos”, lembrou o cartola.
Em maio, logo após perder dentro de campo a final do segundo turno do Campeonato Paraense justamente diante do Paragominas, a diretoria do Remo tentou obter a vaga na Série D por intermédio de uma ação na Justiça Desportiva. Na ocasião, o Departamento Jurídico remista argumentava que o regulamento do Parazão seria dúbio no que diz respeito ao critério utilizado para definir de quem era a vaga paraense na competição nacional. Para a FPF, no entanto, o Paragominas seria o dono legítimo do posto, uma vez que conquistou o segundo turno do certame e ficou com o vice-campeonato após perder o título para o Paysandu.
Já os advogados do Leão Azul defendiam a tese de que o clube da capital seria o legítimo representante do Pará, uma vez que terminou o campeonato estadual em segundo lugar na classificação geral (que leva em consideração os tais critérios técnicos), atrás apenas do rival bicolor.
O Liberal, 17/07/2013