O nome é de cinema, embora esta não fosse a intenção dos seus pais. Para efeito de comparação, já vale a brincadeira e fomos atrás de Maicky Douglas, o novo goleiro remista, para saber se, além do nome, ele guarda alguma semelhança com o astro hollywoodiano Michael Douglas e seus clássicos personagens na telona.
Para começar essa viagem “boleiro-cinematográfica”, nada melhor do que uma bela aventura adaptada da selva colombiana para a Amazônia brasileira. Se, em “Tudo por uma esmeralda”, o ator encarnava um tipo durão, que protegia a mocinha dos vilões, enquanto ambos buscavam a pedra preciosa do título, o nosso Maicky Douglas promete cair de cabeça na busca azulina, não pela esmeralda, mas pelo retorno azulino aos tempos de glória.
“Tenho muito bem definido o que quero. Procuro fazer meu melhor a cada dia e, em relação ao meu futuro, está nas mãos de Deus. Para onde Ele me levar, sei que vai ser bom”, diz.
Essa disposição toda vai ser importante, já que a concorrência debaixo das traves é grande para a temporada 2014, com Fabiano e Jader no páreo pela titularidade, com larga vantagem para o primeiro. Isso não amedronta Maicky, que aposta na experiência adquirida nesse pouco tempo de carreira para galgar degraus no Remo. Nesse ponto, ele estaria mais para o personagem de Charlie Sheen do que o de Michael Douglas em “Wall Street”, como aprendiz, até porque, para ficar bem resolvido financeiramente, o caminho ainda é longo. “Em relação a dinheiro, estou começando e buscar o meu lugar ao sol”, comenta o goleiro.
Olhando bem para a trajetória de Maicky Douglas, talvez o filme que mais se aproxime da comparação com o ator norte-americano seja “Um dia de fúria”, embora ele garanta que hoje controla melhor o seu temperamento. “Já fui muito explosivo dentro de campo. Até mesmo aqui no Campeonato Paraense já tomei muito cartão, mas com o tempo e a experiência você começa a administrar melhor as situações. Já tomei pisão, tapa, já fui xingado, mas a minha mentalidade dentro de campo hoje em dia é outra. Meu foco é vencer e nada me tira do sério”, explica.
Outro aspecto determinante na personalidade do ator, definitivamente não faz parte do cotidiano do arqueiro remista: o relacionamento com a mulherada. Conquistador convicto e recheado de filmes com apelo sexual no currículo, o Michael tem no Maicky o seu oposto. Casado e religioso, o jogador segue a cartilha caseira e comportada. “Graças a Deus sou um cara casado e muito bem casado. Tenho minhas convicções bem definidas. Sou um seguidor de Jesus Cristo e procuro andar pautado no direcionamento que Ele deixou”, ressalta.
No balanço final, a afinidade entre ator e jogador revela ser apenas em relação aos nomes, mas seria bom, durante a temporada 2014, se Maicky Douglas e a bola tivessem uma “Atração fatal” um pelo outro, deixando sempre as redes remistas vazias.
Diário do Pará, 17/11/2013
