Ontem, em Brasília (DF), o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, recebeu das mãos de parlamentares ligados à bancada do Pará uma proposta de acordo amigável para ação impetrada por um torcedor do Clube do Remo contra a entidade, no processo em que o azulino contesta a inclusão do Genus (RO) no Campeonato Brasileiro da Série D fora do prazo previsto no Estatuto do Torcedor. O mandatário, porém, não respondeu ao pedido.
A CBF foi notificada oficialmente da ação do torcedor remista na última sexta-feira (05/07) e imediatamente suspendeu a partida entre Genus (RO) e Nacional (AM), que estava marcada para o domingo (07/07), em Porto Velho (RO), mas a entidade deve tentar cassar a liminar nos próximos dias.
Os advogados da ação contra a CBF, Vanessa Egla e Valber Mota, iriam à capital federal para a negociação. Contudo, os senadores e deputados do Pará intermediaram a conversa com Marin.
“Como conseguimos apoio dos políticos do Pará lá em Brasília, evitamos essa despesa de passagem e demos o apoio aqui por Belém mesmo, através do telefone. Eles fizeram a proposta de acordo ao Marin, para a inclusão do Remo na Série D, em troca do cancelamento da ação”, explicou a advogada Vanessa Egla, prosseguindo. “O que tinha pra ser feito lá, foi feito. Agora, só iremos esperar uma resposta do presidente que não sabemos quando ele irá dar”, revela.
Ainda ontem, a Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou o Remo pela ação impetrada pelo torcedor na Justiça Comum. Para a advogada, foi apenas uma “ação de praxe”. “Isso só poderia surtir efeito se existisse como provar que nós (advogados e torcedores) somos ‘laranjas’ a serviço do clube. Como esse tipo de prova nunca vai aparecer, porque a ação é unicamente movida por um torcedor, esse movimento da CBF não irá ter feito. Tenho certeza que o STJD não irá punir o Remo”, crê.
Enquanto o presidente da CBF não se pronuncia, a ação corre normalmente na Justiça. “Temos todo o esquema montando. Se ele (Marin) não for a favor do acordo, a ação continua correndo normalmente na Justiça, com recursos e as liminares dos dois lados. É isso que irá acontecer”, finaliza.
Diário do Pará, 09/07/2013