A polêmica está formada! Com a transferência do Re-Pa, tradicionalmente realizado aos domingos, para o sábado (26/01), alguns integrantes das torcidas, da imprensa esportiva e dos próprios clubes têm dividido opiniões acerca da nova data. O coronel da PM Hilton Benigno contou que colocou todo o efetivo da PM “na ponta do lápis” e que seria “impossível” garantir a segurança do clássico Rei da Amazônia e do Carnaval, além do trabalho normal do dia a dia, ao mesmo tempo.
De acordo com o coronel Benigno, a quantidade de policiais militares deslocados para servir somente o clássico é de 800 oficiais, incluindo a cavalaria, o grupamento de choque e a Rotam, enquanto que o Carnaval necessitará de outros 400 PMs. “Isto sem contar com o efetivo ordinário, nos bairros de Belém e do interior, que não pode ser diminuído. Quando há um evento, os policiais chamados são de outros comandos. Para o Re-Pa, vem até policial que está de folga”, salientou. Ao todo, o efetivo da PM no Pará é de 5 mil policiais, divididos em quatro turnos, sendo 3 mil para a capital e 2 mil para o interior.
Entre as reclamações dos dirigentes, está um possível risco de queda nas bilheterias em um sábado em relação a um domingo, mas o coronel rebateu. “Ouvi eles falando sobre isso. Só que eles, tanto no Remo, quanto no Paysandu, deveriam pensar primeiro na segurança dos torcedores e não no dinheiro. Uma vida não tem preço. Vale mais que uma bilheteria”, declarou.
Benigno ainda fez questão de ressaltar que o pedido para mudança da data do Re-Pa só não aconteceu antes porque ainda não se sabia como seria a aceitação da população em relação ao Portal da Amazônia.
“Vimos o evento da TV Liberal lá dando de 20 mil a 30 mil pessoas e cheguei a ligar para a Federação Paraense de Futebol para atentar que a mudança na data do Re-Pa poderia acontecer. No domingo passado, deu 50 mil pessoas lá e percebemos que é uma população flutuante, que não chega e depois vai embora, mas fica em uma certa rotatividade. Por isto, seria impossível dizer que iríamos garantir a segurança no carnaval e no Re-Pa no mesmo dia”, disse. “Já pensou, depois do jogo, alguns torcedores podem querer fazer confusão. Onde será o palco escolhido? Portal da Amazônia. A atenção teria que ser redobrada”, disse.
Ainda sobre o clássico, o coronel Benigno aproveitou o espaço para fazer um apelo direto aos dirigentes de Remo e Paysandu. “Gostaria de pedir para que eles leiam o Estatuto do Torcedor. Lá diz que a segurança de uma partida é uma responsabilidade compartilhada, ou seja, não é só a PM que tem que analisar isto. Os clubes também devem pensar direito, porque serão prejudicados caso aconteça algo de ruim”, avisou.
A programação da PM para um Re-Pa consiste em deslocamento de oficiais para o Mangueirão a partir das 10h para a fiscalização dos produtos levados pelos ambulantes, porque às 12h acontece a abertura dos portões para eles. Às 17h, chega mais uma parte dos policiais para garantir a segurança na abertura dos portões para a torcida e todo o efetivo fica no estádio até cerca de 22h30 para cobrir a saída dos torcedores. Já no carnaval, os 400 PMs estarão no Portal da Amazônia desde às 10h até às 23h. “Isto sem contar com as outras festas de Carnaval, como no Guamá, Tapanã e Bengui, além das extra-oficiais, que ligam para o comando para pedir policiamento”, explicou.
Assim, o Re-Pa ficou mantido para o sábado (26/01), saindo do domingo, fato que não acontece há 12 anos. O último clássico fora do domingo aconteceu numa quarta-feira, dia 23/02/2005, com um empate em 2 a 2, no Mangueirão, em Belém, válido pela final do 1º turno do Parazão.
Portal ORM, 18/01/2013