O que acontece quando todas as esperanças e expectativas de um time para a temporada se concentram no resultado de uma partida e esse resultado não vem? Acontece um filme que a torcida azulina não aguenta mais ver. De 2008, quando foi rebaixado à Série D, para cá foram seis temporadas. Em todos os anos ímpares o Remo não garantiu vaga para o Brasileiro e ficou sem calendário para o segundo semestre.
Em 2009, o algoz foi o São Raimundo, vice-campeão paraense. Em 2011, o Independente, campeão do Estado. Neste domingo, o Paragominas acrescentou seu nome à relação. Se o roteiro seguir com fidelidade o transcorrido em outras temporadas, muito provavelmente o que restará ao torcedor será acompanhar esporádicos amistosos com seleções do interior do Estado para fazer caixa e manter o clube movimentado.
Mas o que será feito daqui em diante? Embora ainda hajam remotas chances de conquistar a vaga na Série D, a própria direção do clube prefere não contar, no momento, com o imponderável. A partir desta segunda-feira, a direção deve começar a reunir para definir a situação contratual de cada atleta. O desmanche do grupo parece inevitável.
Como boa parte do elenco foi montado com contratos curtos, o destrato amigável deve ser a via para a maioria dos casos e os interesses de outros clubes em atletas com contrato mais longo devem ser levados em séria consideração, pois as perspectivas de fazer caixa com o futebol esta temporada são bastante reduzidas.
O único compromisso ainda previsto para o calendário azulino é um torneio amistoso organizado por um canal de televisão por assinatura envolvendo ainda Paysandu, Flamengo (RJ) e Vasco (RJ). “Vamos discutir nessa segunda-feira como devemos proceder com o elenco para participar desse torneio. É um compromisso que o clube assumiu e vamos honrá-lo”, disse o presidente Sérgio Cabeça.
Existe luz no fim do túnel?
Atualmente, duas Federações não indicaram representantes para o Campeonato Brasileiro da Série D – Acre e Rondônia. Caso os times que obtenham a vaga desistam de disputar a competição, e a Federação local não indicar substitutos, a vaga de um desses Estados iria para a Federação Paraense – a melhor ranqueada – e o representante seria o Remo, terceiro colocado do Parazão.
Essa esperança, no entanto, é bastante remota pois, com as despesas de transporte pagas pela CBF, se tornou bastante incomum um clube desistir da vaga.
Diário do Pará, 06/05/2013