Raylan
Raylan

Com apenas 15 anos, o jovem Raylan dos Santos Ferreira é uma das novas joias do Remo. Integrado ao elenco sub-15 do Leão Azul no início deste ano, o jogador atua como atacante, mas pode jogar em quase todas as funções ofensivas do meio-campo. Com personalidade diferenciada que já lhe rendeu um convite para treinar entre os profissionais, Raylan é considerado uma das grandes promessas das categorias de base azulina e pode, em breve, trilhar o mesmo caminho de Jhonnatan até o time titular.

O bom desempenho do baixinho Raylan nos primeiros treinamentos no elenco principal do Leão Azul, quando não demonstrou qualquer inibição em meio aos atletas mais velhos, chamou a atenção de alguns empresários locais que tentaram fazer com que ele assinasse uma procuração.

No entanto, o atacante já havia assinado um documento dando plenos poderes ao diretor de futebol amador do Remo, Paulo Araújo, para gerenciar sua carreira. Uma medida mais do que necessária, uma vez que Raylan só poderá assinar seu primeiro contrato profissional a partir do dis 26/04/2014, quando completará 16 anos.

Você recentemente subiu da base. Se apresente aos torcedores remistas que ainda não te conhecem.

Me chamo Raylan Santos e tenho 15 anos. Sou natural de Monte Dourado, aqui no Pará. Sou um jogador rápido, driblador e jogo de atacante.

Você ainda é um jogador jovem, porém muito talentoso. Ficou surpreso quando soube que começaria a treinar com o time profissional?

Foi uma grande surpresa sim, ainda mais porque cheguei ao Remo faz pouco tempo e ainda estava jogando pelo sub-15, mas fico feliz de saber que o meu trabalho na base foi reconhecido.

Você se sente preparado para enfrentar a grande pressão de jogar no time principal do Remo?

Preparado sempre tem que estar, porque nós todos da base sabemos a cobrança que a torcida remista tem em cima do jogador. Então tenho que aproveitar os ensinamentos que o professor Charles Guerreiro me passar nos treinamentos para poder estar pronto quando chegar a hora de jogar.

Quando você decidiu se tornar jogador e quem aprovou sua entrada nas categorias de base do Remo?

Comecei a jogar bola na rua, como qualquer criança, mas foi quando fui escolhido melhor jogador do colégio onde estudava, lá em Monte Dourado, que vi que poderia ser jogador profissional um dia. Por isso, conversei com a minha mãe e ela me trouxe para fazer um teste no Remo. Graças a Deus, o professor Tindô gostou do meu futebol e aprovou a minha entrada no sub-15.

O que o Remo significa para você?

Significa muita coisa. Significa a chance de mudar a minha vida e a da minha família. É aqui que quero começar minha carreira e, se Deus quiser, ganhar muito dinheiro para poder ajudar a minha mãe. Nós moramos em uma casa alugada lá em Monte Dourado e a primeira coisa que vou fazer quando tiver um bom salário vai ser comprar uma casa para ela.

Qual o sentimento de jogar em um clube com uma torcida tão grande?

Só de pensar, chega até a arrepiar. Sempre soube que a torcida do Remo é apaixonada e lota os estádios, mas fiquei impressionado com o que aconteceu na Copa Norte Sub-20. É uma grande responsabilidade, com certeza, mas é uma coisa que tenho que enfrentar se quiser jogar aqui.

Fomos informados que você foi chamado ao profissional, através da indicação do Edmilson Melo, que o elogiou muito ao técnico Charles Guerreiro.

Não fiquei sabendo disso, mas sei que os dois já vieram assistir alguns jogos do sub-15. Acho que eles só queriam ver quem estava indo bem, para poder ser aproveitado na equipe de cima mais tarde. Para minha sorte, eles acharam que dava para me levar agora mesmo.

Você terá que disputar vaga com jogadores muito mais experientes. O que você tem de diferencial para conseguir a vaga de titular?

Sei que não vai ser fácil, principalmente porque ainda sou muito novo e tenho muita coisa para aprender, mas o diferencial não deve existir entre nós mesmos, e sim quem estiver melhor no momento vai acabar jogando.

Como está sendo a sua relação com os jogadores profissionais? Eles tentam te intimidar durante os treinos ou só procuram incentivar?

A relação é bastante tranquila. Todos os jogadores do profissional tratam os jogadores da base normalmente e comigo não é diferente. É claro que nos treinamentos com bola, eles tentam intimidar, mas ao mesmo tempo eles dizem que é para eu ir para cima, sem medo. É isso que estou fazendo.

Se não tiver sucesso na carreira de jogador, qual a profissão que você gostaria de seguir?

Sinceramente, não sei. Nunca pensei nisso porque estou muito concentrado apenas em ser jogador. Se não acontecer, então aí vou ter que pensar. Mas terá que ser algo ligado ao esporte, com certeza. Poderia ser até professor de Educação Física. Só não de matemática, porque eu me atrapalho todo (risos).

O Liberal, 19/08/2013