O velho ditado futebolístico diz: clássico e clássico e não tem favorito. A trajetória recente dos nossos titãs tem levantado dúvidas sobre essa máxima esportiva às vésperas de mais um Re-Pa: será que realmente não tem favorito o jogo desse sábado? Os últimos resultados têm sido mais favoráveis ao Paysandu, que eliminou o jogo de volta na Copa do Brasil e ganhou mais tempo para se preparar às finais do Parazão. Já para o Remo, mais pesado que as duas derrotas para o Flamengo (RJ), que resultaram na eliminação na mesma competição, é o retrospecto de apenas uma vitória e cinco derrotas nos últimos jogos.
Em confrontos diretos, o resultado também é desanimador para o Leão com duas vitórias seguidas do Paysandu: 2×1 na final do primeiro turno e 3×1 na quarta rodada do segundo. Será que realmente não tem favorito? Técnicos afirmam que não e a história do Re-Pa também mostra que a condição de favorito é um fardo pesado demais.
Cada vez mais firme no comando bicolor, pelo segundo ano consecutivo classificou o Paysandu para a segunda-fase da Copa do Brasil eliminando o jogo de volta, o técnico Lecheva afirma que, apesar dos resultados do Remo na Copa do Brasil, espera um jogo muito difícil no Mangueirão mais tarde. “Clássico é jogo pegado, onde as diferenças se equiparam em campo com a superação dos jogadores. Vamos para cima do Remo esperando um adversário difícil, como sempre foi”, definiu o técnico bicolor.
Do lado azulino, fragilizado após a eliminação da Copa do Brasil, o clássico contra o Paysandu tem caráter de jogo da vida. O pesadelo de encerrar a temporada ainda em abril ganhou força após a recente série de apresentações ruins do time que luta pela vaga na Série D. O técnico Flávio Araújo teve apenas um treino regenerativo de 30 minutos, na tarde desta sexta, antes do confronto. “O elenco está unido e fechado em garantir a vitória no clássico deste sábado. Sabemos que o tempo para se preparar foi pouco, mas já sabíamos que seria assim. A Copa do Brasil ficou pra trás, jogo novo e vida nova”, afirma o xodó Val Barreto, possível titular.
Naquele que deve ser o último jogo do Mangueirão liberado para mais de 40 mil pessoas – até que se faça uma reforma -, e há um dia do Remo completar 100 anos das disputas no futebol, a toada deste Re-Pa, o de número 717, é o de reafirmar as máximas futebolísticas: “Não existem favorito em clássicos”, “Re-Pa é um campeonato à parte” e, o fundamental, “Quem vence um clássico ganha embalo para chegar ao título”. E que vença o melhor!
Diário do Pará, 20/04/2013