“Bora, Leão!”. Era inevitável ouvir esse grito ao andar pelas redondezas do estádio Evandro Almeida. As ruas próximas ao Baenão, na noite de ontem, foram invadidas por um mar de 12 mil pessoas que estavam com saudade de vibrar com o Clube do Remo. O adversário era o Santa Cruz de Cuiarana, campeão da primeira fase, e um dos times mais temidos pela torcida. Nada que tirasse a empolgação, iniciada antes mesmo de a bola rolar.
Um show de fogos azuis que explodiram na entrada do time em campo, mas o show mesmo aconteceu quando o atacante Val Barreto resolveu chutar de fora da área, aos 24 minutos do segundo tempo. De maneira formidável, a bola só parou no fundo do barbante. O golaço foi suficiente para o Leão começar o Campeonato Paraense com pé direto: 1 a 0. Placar mínimo para a massa azulina voltar mais feliz para casa.
Entretanto, o primeiro tempo foi tenso para o torcedor e o incentivo virou uma faca de dois gumes: ao invés de se empolgarem com os gritos das arquibancadas, alguns jogadores, visivelmente, sentiram a pressão por uma apresentação de um futebol mais virtuoso, tanto quanto seria o gol da vitória. Para azar dos azulinos, o meia Josy, o volante Tony e o lateral-esquerdo Berg eram os mais incomodados. Com isso, o setor de criação do time ficou comprometido.
Muito melhor para o Santa Cruz. Equipe bem mais entrosada que os donos da casa, com calma, assustava pelo futebol mais organizado. Aos 21 minutos, bobeira de Josy no meio de campo e Mael aproveitou, tocou para Fininho chutar forte. A bola bateu na trave e Fabiano segurou. Foi por pouco. Depois disso, os azulinos trataram de despertar. Mesmo isolados na frente, Branco e Fábio Paulista apareciam muito bem e por pouco não deixaram o time na vantagem antes do fim dos primeiros 45 minutos.
No segundo tempo, os times voltaram sem mudanças, mas foi só quando o Leão começou a realizar mexidas que o jogo pegou fogo. Val Barreto e Edilsinho encaixaram muito bem. O Remo cresceu. Enquanto o Tigre do Salgado só assustou uma vez, o time azulino já havia levado perigo quatro vezes. Contudo, a quinta foi indefensável. Val Barreto deixou o Baenão de “boca aberta” com um chute colocado de fora da área. O atacante Fábio Paulista ainda teve três chances de aumentar o placar. Porém, depois daquele golaço dos 24 minutos, já estava bom. A vitória já era dos que gritavam “Bora, Leão!”.
Diário do Pará, 15/01/2013