Dia 31/05/1996, em uma tarde que a torcida bicolor quer esquecer, o Clube do Remo derrotava seu maior rival com uma insofismável goleada por 4 a 0. Comandando a equipe, estava um jovem de 20 anos que jogava sua primeira temporada como profissional. Rogério Belém deu assistências para dois gols e marcou outros dois, um deles chutando do meio da rua.
Hoje, 17 anos depois, aposentado dos gramados, assina contrato para retornar ao Remo. Formado na base do clube, Rogério agora é o novo técnico da equipe Sub-17 do Leão Azul. “Fiz um curso de formação de técnicos, passei por um estágio no Botafogo (RJ), assisti palestras com grandes treinadores como o Parreira. Estou investindo bastante nisso e não me arrependo”, afirma o ex-meia azulino.
Aos 37 anos, Rogério é mais jovem que alguns atletas que estão jogando o Parazão 2013. “Cheguei a receber convites de clubes para disputar o Parazão deste ano, mas procurei não enganar ninguém. Não teria condições de treinar no mesmo ritmo dos companheiros, nem sempre seria uma opção. Achei melhor parar mesmo”, pontua.
Enquanto a equipe azulina fazia seu último coletivo antes do Re-Pa, Rogério observava com olhar nostálgico. “Tive a oportunidade de jogar muitas vezes o clássico e sempre fui feliz com a camisa do Remo. Não perdi nenhum jogo e só não marquei em uma ocasião”, relembra Rogério, que admite não ter sido tão feliz nos clássicos em sua passagem pelo rival bicolor.
Para os novatos no Clássico Rei da Amazônia, Rogério afirma que a principal dica é procurar manter o foco e concentração nos primeiros 10 minutos. “O sangue ferve, bate um certo nervosismo no começo do jogo. Depois as coisas se acalmam. Se os atletas mantiverem a calma no início da partida, darão um grande passo para vencer o jogo”, explicou.
Diário do Pará, 25/01/2013