Quem achava que o elo entre o meio-capista Thiago Galhardo e o Clube do Remo havia acabado, está enganado. Na última segunda-feira o jogador entrou na Justiça do Trabalho contra o Leão Azul, pedindo salários atrasados e outros benefícios. O atleta não quis revelar o montante total que está pedindo, mas se especula que seja algo em torno de R$ 200 mil. Segundo Galhardo, o maior problema não foi ficar sem o dinheiro, mas o fato da diretoria azulina ter dificultado a assinatura da rescisão de contrato, o que o impede de assinar com outros clubes.
“Ainda estou com contrato vigente com o Remo, válido até o dia 30/06. Eles queriam que eu assinasse a rescisão sem receber nada e recusei. Desde então eles sumiram. Tenho e-mails deles pedindo para eu não entrar na Justiça, mas o problema não é o dinheiro. Graças a Deus estou tendo condições de me manter, só que isso fez com que eu não pudesse assinar com nenhum outro clube, prejudicando a minha carreira. Tive propostas de Fortaleza (CE) e Sport (PE), mas o futebol é muito rápido e os clubes não querem esperar. Hoje, se você me perguntar, não tenho nada, nenhuma proposta. Dei entrada (na Justiça do Trabalho) na última segunda-feira e a notificação deve ter chegado lá hoje (quarta-feira)”, revelou Thiago Galhardo.
O meio-campista foi contratado pelo Remo no início do ano e disputou o Campeonato Paraense e a Copa do Brasil pelo clube paraense. Galhardo afirma estar sem receber salário desde abril.
As informações vindas de dentro do clube são diferentes da do atleta. O diretor Maurício Bororó afirma que o clube ainda não recebeu nenhuma notificação sobre o caso de Thiago Galhardo, além de negar o fato do clube estar devendo três meses de salários aos jogador.
“O Remo realmente está devendo ao jogador, mas apenas 50% de maio e o mês de junho. Ele foi o único jogador que não resolveu sua situação com o clube. Foi embora sem rescindir contrato, tanto é que até hoje estamos com a documentação dele aqui, como a carteira de trabalho. Foi ele quem sumiu, mas desconheço que tenha chegado alguma coisa ao clube. Acabei de passar na sede e não havia chegado nenhuma notificação até nós”, garantiu Bororó.
Remo e Galhardo ainda tem um longa briga judicial pela frente. Cada lado tem uma versão diferente, que podem se encaixar em diferentes artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O Remo afirma que o jogador foi embora sem assinar a rescisão do contrato e, por isso, não pagou metade do mês de maio – logo após o término do segundo turno do Parazão – e o mês de junho, caracterizando abandono de trabalho, entrando no artigo 482 inciso i da CLT. Por outro lado, Thiago Galhardo diz que não recebe desde o mês de abril, quando ainda atuava pelo time azulino no estadual, sendo assim, alegando descumprimento de contrato (Artigo 483 inciso d da CLT).
Globo Esporte.com, 19/06/2013