Re-Pa. Duas sílabas que equivalem a aproximadamente 10 milhões de pessoas. Toda essa gente andava sumida das finais do Campeonato Paraense. A última vez que os maiores clubes do Pará decidiram um turno foi em 2010, quando o Paysandu venceu o Remo (4×2 e 3×3) na Taça Cidade de Belém para depois conquistar seu 44º título estadual. Nas finais deste ano, que começam no próximo domingo, o Remo joga por dois empates para garantir presença na decisão do Parazão.
Teremos Re-Pa na decisão do turno. Por tabela, haverá também dois grandes públicos, gerando rendas divididas aos combalidos cofres de ambos os clubes. E, lógico, a maior rivalidade do Pará apimentada pelas duas melhores campanhas: somados os pontos de todos os jogos, o Remo conquistou 23 de 27 pontos possíveis (85% de aproveitamento). O Paysandu teve 22 pontos de 27 possíveis (81% de aproveitamento).
O Remo tem a vantagem de jogar por dois resultados iguais, já que terminou em primeiro na fase classificatória, é o único que permanece invicto na competição e tem o segundo melhor ataque do Parazão, com 17 gols. O Paysandu, por sua vez, terminou em segundo na fase classificatória (sua única derrota foi justamente para o Remo) e tem o melhor ataque do certame, com 27 gols, além de um dos artilheiros (Rafael Oliveira, com 9 gols) e o vice-artilheiro (João Neto, com 7 gols). Pelo lado remista, Val Barreto e Fábio Paulista têm 6 gols. Nos setores defensivos, o Remo leva vantagem: sofreu 8 gols, enquanto o rival levou 10.
A decisão tem também um “tabu”, para alegria do torcedor paraense. A última vez que o Remo venceu o Paysandu em uma final foi em 2008, quando os dois times decidiram o segundo turno (Remo 3×2 Paysandu). Este foi também o ano do último título paraense do Remo.
Para tentar quebrar esta escrita, o Remo tem todos os atletas do elenco em condição de jogo, inclusive o capitão Carlinhos Rech, que cumpriu suspensão na semifinal. Já o Paysandu perdeu Raul, que tomou o terceiro cartão amarelo contra o São Francisco, no último jogo. Vânderson, expulso na primeira semifinal, será julgado pelo Tribunal Desportivo na quarta-feira e também pode desfalcar o time bicolor. Já o remista Leandro Cearense, punido com o vermelho contra o Águia, na sétima rodada, ainda não teve julgamento marcado.
Como se vê, o Re-Pa que vai decidir o primeiro turno de 2013 traz à final estatísticas para dar e vender, mas como se sabe, o retrospecto não entra em campo. Resta saber quem vai se utilizar melhor de suas virtudes e quem vai sucumbir às próprias falhas. O técnico do Remo sintetizou: “Como dizemos no Ceará: quem for podre que se quebre”.
O Liberal, 18/02/2013
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