O Remo vive a partir de hoje uma semana cheia de expectativas. A diretoria remista aguarda com ansiedade a chegada do dinheiro para pagar pelo menos os salários do mês de abril dos jogadores que disputaram o Campeonato Paraense e estão rescindindo contrato com o clube. Casos do meia Ramon e do atacante Val Barreto, que já acertaram os termos financeiros de seus distratos.
Com a imagem do Leão Azul desgastada após o fracasso na competição estadual e tendo pela frente um segundo semestre longe de competições oficiais, o acerto financeiro com os atletas que estão deixando o Baenão é encarado pelo comando do futebol como o último capítulo da precocemente encerrada temporada 2013.
Participando diretamente das negociações com os jogadores, o diretor de futebol Maurício Bororó revelou que o clube teve dificuldades para reunir o dinheiro em virtude de um bloqueio nas cotas de patrocino, em favor de antigos credores. “Nós só pedimos um pouco de paciência aos jogadores para que a diretoria possa reunir o dinheiro e efetuar o pagamento. Felizmente, todos os atletas entenderam a situação do clube e confiaram na palavra do presidente Sérgio Cabeça”, comentou Bororó.
Outra fonte de expectativa no Remo é a torcida para que algum clube que integra o Grupo A1 da Série D do Brasileiro desista da disputa e sua Federação local não encontre substituto dentro do Estado. Desta forma, a vaga passaria para a Federação com melhor ranking da região Norte, justamente a do Pará. Assim, o Remo herdaria a vaga na competição por ser o time mais bem colocado no Parazão 2013, excluindo o Paragominas, que no mínimo será vice-campeão estadual de 2013 e já está na Série D.
“Estamos repassando a todos os jogadores que o dinheiro vai chegar como prometeu a diretoria, mas ao mesmo tempo estamos deixando todos cientes de que esta possibilidade de ganharmos a vaga existe, mas só se houver desistência. Mesmo sabendo que é uma possibilidade muito remota, temos que estar preparados para tudo”, explicou.
Quando questionado sobre sua opinião pessoal a respeito do assunto, Maurício Bororó não demonstra muito otimismo. “É muito difícil que isso ocorra, mas sabemos que as despesas da Série D são altas e alguns clubes acabam não conseguindo abarcar todos esses custos. Por isso, reitero, que estamos apenas esperando uma possível desistência. Essa é a nossa única chance”, ponderou o dirigente.
Segundo ele, no entanto, não tem a menor procedência a informação de que o Remo estaria articulando a “compra” da vaga na Série D. “Muito está se falando de Rondônia e Roraima porque são Estados cujos campeonatos ainda estão em andamento, mas não procede que o clube ‘compraria’ a vaga de alguém. São torcedores apaixonados que comentam essas coisas na internet, mas que não refletem a realidade”, garantiu.
O Liberal, 13/05/2013