Antes de entrar em campo, Val Barreto costuma ler a Bíblia. “Escolho um capítulo, oro e tento me encontrar nessa palavra. É mais ou menos isso que faço: leio a bíblia, rezo e entro em campo”, conta o atacante do Clube do Remo. O ritual vem dando certo: nos dois primeiros jogos do Leão no Campeonato Paraense, Val Barreto saiu do banco de reservas para decretar a vitória azulina.
O primeiro gol contra o Santa Cruz de Cuiarana parece mesmo ter sido abençoado pelas rezas antes do jogo: uma “bomba” de fora da área que caiu certinho no canto direito do gol. O lance, inclusive, lhe rendeu o apelido de “Valotelli”. Uma referência direta ao atacante italiano do Manchester City, Mário Balotelli, que tem como uma de seus principais características um chute potente com a perna direita. Além disso, Balotelli é negro, assim como Val. Tudo que a torcida azulina queria.
O segundo gol contra a Tuna, só fez aumentar a simpatia com o torcedor mas, ao contrário do atacante Manchester City, Barreto parece ser um cara com a cabeça no lugar. “Fiz os dois gols e estou feliz por isso, mas tem que manter a cabeça no lugar, esperar a oportunidade do treinador. Ele é quem vai dar as cartas. Estou torcendo por todos os companheiros do ataque. O Branco, que foi meu companheiro de quarto, ainda não marcou”, conta.
“Valotelli” é o primeiro apelido que o atacante ganhou na carreira. O que ainda o deixa desconfortável. “Prefiro ser o Val Barreto mesmo, mas deixo para a torcida essa brincadeira. Eu quero continuar fazendo gol”, garante, sorrindo, junto com o Leão.
Diário do Pará, 20/01/2013