Roberto Fernandes
Roberto Fernandes

A derrota para o Guarany de Sobral (CE), neste domingo (17/08), não foi nem de longe um resultado esperado pela torcida do Remo, ávida por ver uma vitória “em casa” – a partida foi realizada em Bragança, no interior do Estado.

Não foi dessa vez. O time azulino parou no retrancado time cearense, que praticamente apenas se defendeu na partida, principalmente depois que conseguiu marcar o único gol da partida. Para o técnico Roberto Fernandes, o gramado ruim do estádio Diogão teve grande influência na derrota.

“Não vou falar muito (sobre o gramado) para não parecer desculpa de resultado. O toque de bola fica muito prejudicado. Talvez tenhamos que rever o nosso estilo de jogo e, ao invés de um time leve e agressivo, fazer uma equipe de mais força. Porque as condições não são boas. É visível. Se o campo que temos que jogar é esse aí, eu que sou o técnico tenho que mudar o estilo de jogo do time”, afirmou, irritado.

Durante quase todo o jogo, o Remo pressionou o adversário. Os azulinos tiveram mais posse, criaram jogadas, mas a finalização ficou a desejar – não apenas por conta do solo duro, que fazia a bola quicar bastante. Nem a entrada de Rafael Paty, no segundo tempo, melhorou o problema.

O meia Marcinho foi titular mas, cansado, saiu no intervalo. Rony deu mais velocidade ao time no segundo tempo, mas a defesa fechada do adversário não deu espaço para a promessa azulina fizesse o que se esperava dele. Para o treinador, faltou maturidade ao time após o gol sofrido.

“Começamos o jogo bem, controlando a partida, com maior posse e sendo melhor equipe em campo. A gente alerta: as equipes que jogam fora de casa exploram o erro. O que o Guarany fez para ganhar o jogo? No que eles foram melhores? Depois do gol, faltou maturidade para organizarmos melhor as jogadas. Acho que hoje não tivemos uma tarde muito inspirada, erramos fundamentos e agora é assimilar a derrota, sabendo que na próxima semana pegamos o próprio Guarany, só que lá na casa deles”, comentou.

Roberto Fernandes também criticou o setor defensivo do time – que falhou coletivamente no gol sofrido -, confessando também que o ataque não tem conseguido produzir muitos gols.

“Falta de trabalho não está sendo. A gente vem sendo econômico nos gols desde a parada após o Paraense. Quando você tem um ataque que está fazendo poucos gols, você não pode errar lá atrás e demos essa oportunidade para o adversário, mas temos condições de fazer lá o mesmo que eles fizeram aqui: vencer fora de casa”, ressaltou.

Por fim, o comandante remista salientou que a pressão da torcida do Remo assusta alguns jogadores, que não estão rendendo o esperado. “Nós perdemos o jogo. Mérito do adversário, que aproveitou a chance que demos a eles. Demos poucas, mas demos. Agora, se alguém falar que o Guarany jogou melhor que nós, vou discordar. Ninguém na Série D tem uma torcida grande como a do Remo, com a ansiedade para voltar a uma Série C e com a pressão exercida. Tem jogador que não aguenta. Troca as camisas para você ver”, desabafou.

Globo Esporte.com, 17/08/2014