Exatos 45 dias. Este foi o tempo de trabalho que o técnico Roberto Fernandes teve para colocar a taça de campeão paraense na galeria de troféus do Clube do Remo. Desde então, o profissional foi acolhido pela torcida e pelos próprios diretores, que não esconderam o desejo de tê-lo no comando do time na Série D. Depois de alguns contatos, Fernandes renovou e já trabalha para executar um novo acesso.
Entretanto, a partir de agora ele terá atenção especial nas contratações que lhes foram impedidas na chegada. Assim, Fernandes perdeu tempo. “Até o momento fiz duas indicações e mostrei, através de números, que são apostas muito boas. O Schmöller está certo, o (lateral-direito Eduardo) Arroz ainda faltam alguns detalhes. A grande busca agora é para o substituto do Eduardo Ramos, que de imediato, dentro de casa, seria o Athos, mas ele está de saída”, contou.
Além deles, o Remo já anunciou Rafael Paty, Robinho, Jardel e Reis, todos indicados pela diretoria, mas que ele não protesta. “Qualquer avaliação que você faça no futebol, sem levar em conta os jogos, você corre o risco de quebrar a cara. Digo que desde a minha chegada, a relação com a diretoria é a melhor possível. Quando cheguei, não pude mais contratar, mas o time foi campeão, então eles têm credibilidade”, admite o treinador.
O problema maior, segundo ele, além do período escasso de treinos, quase semelhante à reta final do Parazão, é a atual situação do clube. “Tenho jogadores que estão na reserva da Série B que certamente viriam aqui vestir a camisa 10 e se tornariam ídolos, mas eles preferem continuar na reserva ao vir disputar uma Série D. Nada contra o Remo, mas tudo contra a competição. O Remo precisa sair o mais rápido dessa divisão”, dispara.
Por fim, apesar dos pesares, Roberto Fernandes espera fazer um bom campeonato com um elenco já conhecido e peças de sua confiança, que devem superar juntos um desafio e tanto, que são os quatro jogos longe de casa.
“Se o Remo não tivesse a torcida que tem e se o Remo não tivesse o arrojo que o presidente Pirão tem, diria que estávamos ‘lascados’. Ele está fazendo o que pode e o que não pode para deixar o estádio em uma condição razoável, igual a vários do Estadual. Não vai ficar melhor ou pior, vai ficar como os estádios de Marabá, Tucuruí. Tenho certeza que a torcida estará lá e isso para nós é imprescindível”, encerra Fernandes.
Diário do Pará, 29/06/2014