O reencontro do Remo com o Nacional (AM), um tradicional rival amazonense, e com seus ex-jogadores Ramon e Rafael Morisco, foi bem diferente do que a torcida azulina esperava. O empate por 1 a 1, ontem à noite, no Mangueirão, obriga o Leão Azul a derrotar os manauaras no dia 09/03, na inauguração da Arena da Amazônia, para seguir vivo na Copa Verde. Qualquer empate a partir de 2 a 2 também classifica o time paraense. Já a repetição do placar de ontem leva a decisão para os pênaltis. Empate sem gols e triunfo por qualquer placar garante a permanência amazonense no torneio regional.
O resultado de ontem escancarou as várias deficiências do time do técnico Charles Guerreiro. Com praticamente sua formação titular, o Leão nem de perto lembrou o período de 21 dias sem perder, nos quais eliminou o Paragominas da Copa Verde e passou por Cametá e Paysandu para conquistar o primeiro turno do Campeonato Paraense. A apatia no primeiro tempo e mais uma falha defensiva em jogada de bola parada facilitaram a vida do time visitante. De quebra, a equipe azulina também não conseguiu encaixar os contra-ataques velozes que vinham sendo sua marca registrada nas últimas partidas.
Em muitos momentos, nem parecia que o Remo jogava em casa com o apoio de mais de 9 mil pessoas. Os amazonenses marcavam e saíam para o contra-ataque com uma tranquilidade inaceitável. Para piorar, jogadores que brilharam na decisão da Taça Cidade de Belém, ontem decepcionaram. O lateral direito Levy, que errou tanto que acabou vaiado pela torcida, e os volantes Dadá, Ilaílson e Jhonnatan caíram muito de rendimento. A dupla de zaga com Carlinho Rech e Max mostrou-se insegura, o lateral-esquerdo Alex Ruan foi um pouco mais ativo, mas ainda assim perdeu um “gol feito” no segundo tempo.
O meio-de-campo azulino, cheio de volantes e com Eduardo Ramos perdido no meio da marcação adversária, só melhorou quando o “camisa 33” se deslocou para o lado esquerdo do ataque e criou por ali duas boas chances de gol. Primeiro, aos 42′, em cobrança de escanteio que Max escorou e o goleiro Jairo salvou em cima da linha. Logo depois, aos 46′, o próprio Eduardo Ramos tabelou com Val Barreto e, quase da linha de fundo, chutou forte para grande defesa do arqueiro nacionalino.
Mas a essa altura o Remo já perdia por 1 a 0. Aos 32′, o Nacional havia aberto o placar, aproveitando a fragilidade defensiva do Remo nas bolas áreas. Na cobrança de falta, o “gigante” Fabiano, de 1,89m, subiu mais que a defesa azulina e desviou no canto esquerdo, sem chance para seu xará remista.
O futebol apático apresentado nos 45 minutos iniciais obrigou o Charles Guerreiro a fazer uma alteração logo no intervalo. Ratinho entrou no lugar do perdido Levy. Com isso, Jhonnatan foi deslocado para a lateral-direita, enquanto o meia se posicionou como um terceiro atacante aberto pela esquerda. A mudança funcionou nos primeiros 10 minutos da etapa final, quando o Remo perdeu boas oportunidades com Val Barreto, Alex Ruan e Eduardo Ramos. Logo em seguida, Ratinho voltou a sentir uma contusão e precisou ser substituído por Zé Soares.
Sem mais o que fazer, o treinador remista queimou seu último cartucho tirando Eduardo Ramos para colocar Athos em campo. O meia entrou bem no jogo e ajudou a aumentar a pressão sobre a zaga nacionalina. Aos 20 minutos, finalmente o Remo chegou ao empate, com Zé Soares, mesmo desequilibrado, desviando passe de Alex Ruan.
O gol, enfim, despertou a equipe remista, que pressionou e ficou mais perto de vencer a partida do que o Nacional (AM), que a partir do gol sofrido, se preocupou mais com a defesa e aguardou algum contra-ataque para definir o jogo, o que não ocorreu. Com Zé Soares e Thiago Potiguar insistindo nas jogadas individuais, o Remo até assustou, mas não conseguiu a vitória para largar com vangagem na busca pela vaga nas semifinais da Copa Verde.
O Liberal, 28/02/2014