Agnaldo
Agnaldo

A série de três Re-Pas seguidos chega hoje ao seu jogo do meio e, de todos disputados até agora em 2014, o de hoje à noite será o mais importante. Se antes o Clube do Remo foi mais feliz ao garantir o primeiro turno e uma vaga na decisão do Campeonato Paraense, mesmo sem vencer em campo, o segundo confronto da semifinal da Copa Verde vale um passaporte para a final da competição nacional, cujo título assegura a participação na Copa Sul-Americana de 2015.

O Paysandu venceu a primeira partida por 1 a 0, domingo passado, e tem a vantagem de jogar pelo empate. O Leão Azul tem que vencer por uma diferença igual ou maior a 2 gols para ficar com a vaga. Vencendo por uma diferença de apenas 1 gol, seja qual for o placar, a decisão vai para os pênaltis.

A sorte está lançada no Mangueirão para um dos clássicos mais importantes do milênio. É bom lembrar que desde 1999 os dois maiores rivais do futebol paraense não decidem nenhum título – a exceção foi o torneio no Suriname, em 2011, vencido pelo time bicolor. A subida de produção das equipes do interior e a retração dos grandes contribuíram para que a dupla Re-Pa ficasse longe dos grandes embates decisivos. Nos últimos 14 anos, os clássicos mais relevantes foram válidos pela Série B, e faz tempo que os dois não frequentam juntos a Segundona.

Hoje não é uma final, mas é assim que os dois encaram o confronto. Paysandu e Remo chegam a essa semifinal em situações díspares. Mesmo garantido na decisão do Parazão, O Leão passa por um momento delicado. O time e azulino está há 6 partidas sem vencer e, em uma delas, a goleada de 6 a 1 para o Internacional (RS) que custou a continuidade na Copa do Brasil, perdeu o técnico Charles Guerreiro. O auxiliar Agnaldo de Jesus assumiu, e em dois jogos perdeu um, o clássico da semana passada, e empatou outro, com o Santa Cruz, o saco de pancadas da competição estadual.

“Gosto de desafios. É assim que o time grande aparece, assim como os jogadores que querem mostrar serviço”, afirma Agnaldo, dando a entender que a superação terá que falar mais alto logo mais. Depois de poupar alguns titulares no Parazão, ele terá a oportunidade de escalar a equipe com a força quase total.

Alguns dos jogadores que foram contratados para ser a solução são bastante contestados pela torcida. Os meias Eduardo Ramos e Thiago Potiguar e o centroavante Leandrão estão na mira da torcida, que espera deles muito mais do que foi apresentado até aqui.

Com 13 jogos de invencibilidade, o Paysandu navega em uma maré de calmaria. Com exceção do volante Zé Antônio, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o técnico Mazola Júnior tem praticamente a força total para tentar confirmar a vantagem construída no primeiro jogo. O time bicolor vem com 100% de aproveitamento na Copa Verde e com um bom desempenho no Campeonato Paraense, mesmo utilizando o time reserva nessa competição.

Todos os titulares descansaram uma semana até o confronto de logo mais. Esse período, dizem os jogadores, serviu também para aumentar a concentração para o jogo. “Lá tem profissionais de qualidade e o Remo é um clube grande. É um clássico e não podemos achar que está ganho. Temos 90 minutos pela frente”, afirma o experiente volante Augusto Recife.

Mesmo com a tranquilidade alviazul contrastando com a pressão azulina, os dois lados são iguais ao afirmarem que o clássico iguala tudo, sem favoritismo, independentemente do momento que cada time vive. Os dois treinadores apostam no foco de seus comandados para encararem o Re-Pa com seriedade total.

“Contra o Santa-Cruz, vi nos jogadores um respeito com a camisa do Remo e isso motiva a todos, principalmente os torcedores. Com certeza isso tudo me deixa feliz. Vejo boa perspectivas para domingo”, observou Agnaldo.

Mazola Júnior exaltou a força do grupo, o que lhe dá mais opções para tirar os onze que considera melhores no momento. “Desde o começo disse que precisaria de 23 jogadores de linha e três goleiros e a prova de que o trabalho está dando certo está aí. É um grande grupo, que treina e se esforça demais. Com certeza teremos um ano bastante produtivo”, disse.

O Liberal, 23/03/2014