Há aproximadamente seis meses como diretor técnico da Federação Paraense de Futebol, Fernando Castro começa a fazer um balanço do primeiro campeonato estadual em que fez parte da organização. A competição chega a sua reta final – será encerrada no próximo dia 08/06, no décimo clássico entre Remo e Paysandu – e é considerada satisfatória pelo dirigente, apesar dos problemas que ocorreram durante o torneio, tanto de calendário apertado quanto de invasões de campo e problemas estruturais nos estádios.
“O resumo que a gente faz é satisfatório diante do calendário que pegamos, bem complexo esse ano por causa da Copa. Foram três competições nacionais envolvendo nossos clubes (Copa do Brasil, Copa Verde e Série C), o que deixou o Campeonato Paraense muito apertado. Mesmo assim, conseguimos contornar para que os clubes conseguissem cumprir seus jogos e com um certo espaço para descanso entre eles”, resumiu.
Ao longo do Parazão, a principal reclamação dos jogadores foi o gramado dos estádios, principalmente do Mangueirão, em Belém, que é de administração do Estado. Em partidas com chuva, a drenagem não foi eficiente e lama era criada. Questão que foi minimizada por Fernando Castro.
“Tem algumas questões a serem analisadas. Passamos por um período chuvoso que dificultou a realização dos jogos, mas isso é natural da nossa região, que atrapalha realmente o espetáculo, as partidas bonitas. A gente sabe que precisa melhorar em alguns aspectos, mas contamos com a compreensão dos clubes e dirigentes”, explicou.
Outra questão reincidente durante o Estadual foram as invasões de campo. As duas foram no Mangueirão, e em clássicos. Na final do primeiro turno, um cachorro entrou em campo e atrapalhou um lance de possível gol do Remo sobre o Paysandu. Recentemente, na última quarta-feira, 28/05, um colaborador bicolor não credenciado assistiu ao Re-Pa dentro de campo e invadiu o gramado para comemorar o terceiro gol da sua equipe, o que provou a briga generalizada entre jogadores, comissões técnicas e dirigentes”, disse.
“Todas as ações preventivas foram tomadas, seja pela Federação, Ministério Público e a Polícia. No primeiro turno teve a entrada do cachorro no campo de jogo, verdade. O Mangueirão tem uma área muito aberta e ficou complicado. O último Re-Pa foi um espetáculo até o minuto final, e o ato infeliz de um torcedor, que invadiu o gramado de forma indevida, gerou aquela confusão, que ficou muito feia para todos”, comentou.
“O Estatuto do Torcedor serve para proteger o torcedor, mas também para apená-lo. Se não fosse a entrada do torcedor, estaríamos falando do melhor clássico dos últimos 20 anos. Realmente precisamos melhorar essa política do acesso e precisamos da ajuda dos clubes para isso”, revelou Castro.
Durante e briga no Mangueirão, Fernando Castro estava em campo. Na situação, o executivo de futebol do Remo, Emerson Dias, acusou o diretor da FPF de tê-lo ofendido e ameaçado de agressão. Por conta isso, o Leão entregou, na Federação, um pedido de afastamento de Castro do cargo, que rebate acusando Dias de calúnia.
“Não fiz nada que pudesse provocar isso. Na realidade, é um fato isolado de um diretor do clube por questões pessoais. Terá que se explicar, me acusou de um ato hostil, também tenho minha defesa e isso é uma calúnia. Terá que provar o que falou. Sou uma pessoa pública e tenho o meu nome a zelar. Sou diretor a convite do presidente Antônio Carlos Nunes. É um cargo de confiança e a decisão é dele”, afirmou Fernando Castro.
Globo Esporte.com, 01/06/2014